Samsung Electronics fechou um contrato de US 16,5 bilhões com a Tesla para fabricar chips de inteligência artificial AI6 até 2033, operando em sua nova fábrica em Taylor, Texas, prevista para entrar em operação em 2026. A produção do AI6, que sucederá os chips AI4 (já produzidos pela Samsung) e AI5 (previstos com a TSMC), destinar-se-á a sistemas autônomos, robôs humanoides e centros de dados.
O impacto imediato foi visível: as ações da Samsung subiram cerca de 6,8%, atingindo o maior valor desde setembro de 2024, enquanto as ações da Tesla avançaram entre 3% e 4%, refletindo confiança no acordo. Especialistas apontam que o negócio representa aproximadamente 7,7% da receita global de fundição da Samsung, atualmente dominada pela TSMC com 67% de participação de mercado, enquanto a sul-coreana responde por apenas 8%.
O contrato aparece como um divisor de águas. A divisão de fundição da Samsung acumulava prejuízos de cerca de ₩5 trilhões (cerca de US 3,6 bi) no primeiro semestre de 2025. A parceria com a Tesla abre caminho para recuperação da planta no Texas, que havia sido adiada, e para diversificação para clientes de lógica avançada além do setor de memória.
Elon Musk anunciou que acompanhará de perto a produção, operando no modo “founder mode” para garantir eficiência e desempenho fabril, alinhado à estratégia da Tesla de internalizar tecnologia-chave e reduzir riscos da cadeia global de suprimentos. Musk também indicou que o valor real do contrato provavelmente será várias vezes maior do que os US 16,5 bi inicialmente estimados.
Para executivos com foco em números concretos, o acordo representa um salto estratégico em receita e posicionamento de mercado. Samsung reforça sua ambição de crescer de 8% para uma fatia mais relevante do mercado de fundição global, mesmo diante da vantagem esmagadora da TSMC com mais de dois terços do mercado.