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AgroGalaxy busca reforçar caixa com venda de carteira de crédito milionária

A empresa reestrutura operações enquanto aguarda decisão dos credores

A AgroGalaxy, varejista de insumos agrícolas, avança em sua estratégia de recuperação financeira com a possível venda de uma carteira de crédito de aproximadamente R$ 760 milhões. A companhia, que enfrenta um passivo de R$ 4,1 bilhões, está em processo de recuperação judicial desde setembro de 2024 e aguarda a aprovação de seu plano pelos credores, prevista para abril deste ano.

Enquanto o cronograma da recuperação judicial segue seu curso, a empresa busca fortalecer sua liquidez com medidas estratégicas. Na semana passada, a AgroGalaxy retomou a operação de descontos de recebíveis por meio do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) Terra Magna. Além disso, formalizou um memorando de entendimentos para negociar a venda da carteira de créditos não judicializados, cujo valor representa um montante expressivo no balanço da empresa.

Os recursos provenientes dessa negociação serão direcionados para recomposição de estoques e novas aquisições, com foco em compras à vista, que oferecem melhores margens de lucratividade. Segundo Luiz Conrado Sundfeld, CFO da AgroGalaxy, a prioridade é fortalecer o capital de giro, uma vez que o plano de recuperação ainda não permite a quitação de débitos com fornecedores que integram o quadro de credores. A empresa também estuda a venda de outros ativos similares, visando ampliar sua capacidade de operação.

A AgroGalaxy tem adotado uma abordagem seletiva para seu portfólio, priorizando produtos de maior valor agregado, como sementes e defensivos agrícolas, em detrimento dos fertilizantes, que apresentam margens mais baixas. Paralelamente, a companhia promoveu uma reestruturação interna, com a redução de sua rede de lojas para 73 unidades e ajustes na estrutura organizacional.

Os resultados financeiros mais recentes, referentes ao terceiro trimestre de 2024, refletem o impacto da crise enfrentada pela empresa. A receita líquida caiu 48,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 1,21 bilhão. O prejuízo líquido ajustado atingiu R$ 1,57 bilhão, enquanto o Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 1,23 bilhão.

As ações da AgroGalaxy, negociadas na B3, acumulam uma desvalorização significativa de 77,5% nos últimos doze meses, com os papéis cotados a R$ 0,66. Atualmente, a empresa está avaliada em R$ 165,7 milhões.

Diante desse cenário, a companhia segue implementando medidas para garantir sua sustentabilidade operacional, enquanto aguarda a definição de seu futuro financeiro junto aos credores.

Gustavo Fleming Martins

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