A Amazon, juntamente com outras cinco grandes empresas, confirmou a compra de US$ 180 milhões em créditos de carbono para apoiar a conservação da floresta amazônica no Pará. Este é o primeiro acordo da Coalizão LEAF (Lowering Emissions by Accelerating Forest finance) na Amazônia, uma iniciativa global voltada para a preservação de florestas tropicais. A gigante do e-commerce foi uma das fundadoras da LEAF em 2021, ao lado de governos como os dos Estados Unidos e Reino Unido.
O governador do Pará, Helder Barbalho, revelou os detalhes da transação durante a Semana do Clima em Nova York. Ao todo, serão comercializadas 12 milhões de toneladas de créditos de carbono, a um valor de US$ 15 por tonelada, resultando em aproximadamente R$ 1 bilhão em receitas. Do total negociado, 5 milhões de créditos foram adquiridos coletivamente pela Amazon, Bayer, BCG, Capgemini, H&M e Fundação Walmart, com o restante sendo disponibilizado para outras empresas interessadas.
Os créditos de carbono visam compensar emissões ao financiar a redução do desmatamento no Pará entre 2023 e 2026. Cada crédito corresponde a 1 tonelada métrica de carbono evitada. Parte dos recursos será destinada à sociedade, incluindo comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas, enquanto outra parcela será vinculada à continuidade de políticas de redução de emissões de gases de efeito estufa no estado.
O valor negociado pelos créditos da Amazônia, US$ 15 por crédito, é significativamente maior que a média de US$ 4,49 por créditos ligados à natureza, segundo dados da Allied Offsets. Isso reflete a importância estratégica e ambiental do bioma amazônico, vital para conter as mudanças climáticas devido à sua capacidade de absorção de gases de efeito estufa.
Além da compra de créditos de carbono, o governador Helder Barbalho anunciou a meta de 100% de rastreabilidade nas cadeias de proteína bovina e bubalina até 2026, um compromisso que reforça o papel do estado na agenda climática global. O Pará, que lidera as estatísticas de desmatamento desde 2005, será sede da COP30, cúpula climática da ONU em 2025, que ocorre em um contexto de redução gradual da destruição florestal no Brasil.
O acordo é parte de uma estratégia mais ampla de restauração das credenciais ambientais do país, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A colaboração entre empresas e governos, como Estados Unidos, Reino Unido e Noruega, reforça a importância do investimento em iniciativas que integram preservação ambiental e desenvolvimento econômico sustentável.