Sem dúvida alguma, a busca pela beleza é uma das maiores aspirações do ser humano. Não apenas desejamos possuí-la, mas também estar perto dela, como podemos observar no enorme mercado que a rodeia. No entanto, neste contexto, não cabe falar sobre a beleza estética, as formas e os deslumbres visuais. Quero me referir à beleza existencial, humana, intrínseca àqueles que brilham independentemente do que é considerado belo.
Estou falando da beleza que normalmente é percebida depois, no segundo ato, nos momentos seguintes à visão superficial. É a beleza que se sente, se cheira, se ouve e se toca de forma sutil e amável. Está presente em gestos nobres, palavras doces e olhares sinceros. É uma beleza que nem sempre é percebida, mas é a única que consegue resistir ao tempo e aos maus-tratos do físico.
Não é raro nos sentirmos atraídos pelas belezas externas e, consequentemente, experimentarmos decepções imediatas ao conhecermos o interior das pessoas. Muitas vezes, encontramos falácias expostas em vitrines meticulosamente trabalhadas, ou pessoas que se escondem por trás de camadas pouco nobres de caráter e moral.
Mas como podemos enxergar a beleza que não é perceptível apenas pelos olhos?
Como podemos realmente enxergar a beleza vinda de um ser humano, sem que ele tenha nada a oferecer ao olhar?
Faça uma pausa por um minuto, feche os olhos e defina beleza nas atitudes daqueles que estão ao seu redor. Busque uma beleza equilibrada, harmônica, sensível e principalmente perceptível para aqueles que realmente desejam vê-la. Não é difícil compreender a beleza deslumbrante que a natureza nos presenteia. No entanto, a beleza proveniente do ser humano é percebida por meio das virtudes dessa pessoa, independentemente da beleza externa.
É notório identificar a beleza da alma, a luz radiante que emana dela, às vezes em gestos simples como um sorriso genuíno, uma palavra suave ou uma leveza espontânea.
Existe algo ainda mais belo por trás da mais bela aparência física, formado por todos os detalhes combinados pela harmonia das diferentes características.
O belo não se estabelece em um único aspecto, mas sim pela soma das percepções, pela junção da perfeita simetria das partes.
Atingir a plenitude do belo vai além da estética física. É uma busca mais complexa, onde cada aspecto procura desempenhar seu papel perfeito. Está presente na alma, no caráter, na plena consciência, na empatia permanente, no respeito às diferenças e na exposição de ideias e razões.
A beleza existe onde menos imaginamos, mas cabe a cada um de nós querer encontrá-la e valorizá-la de forma verdadeira e essencial, compartilhando-a com todos, sem buscar a posse de forma egoísta. A beleza impacta, atrai, mas pode não se definir em uma primeira impressão.
Tenha cuidado ao definir algo imediatamente, pois isso pode levar à frustração. Portanto, busque a beleza por completo, pois ela existe e é bela.