Potencial de crescimento da economia verde pode gerar US$ 100 bilhões até 2040
O Brasil tem a oportunidade de se consolidar como um líder na economia verde global, aproveitando seus recursos naturais para impulsionar o crescimento sustentável. A aposta na descarbonização dos setores de alta emissão e na ampliação da eficiência energética industrial pode agregar mais de US$ 100 bilhões ao PIB brasileiro até 2040, além de contribuir para a redução global de emissões. O país possui uma matriz elétrica limpa e integrada, com grande potencial para expandir a energia solar e eólica, que podem representar metade da capacidade instalada nas próximas décadas, gerando um mercado adicional de US$ 11 bilhões.
Outro vetor de crescimento é o mercado de hidrogênio verde, que pode atingir US$ 20 bilhões. A expansão da matriz energética será crucial para o desenvolvimento dessa cadeia produtiva, que atende setores de difícil descarbonização. A produção de biocombustíveis sustentáveis, como etanol e SAF (Combustível Sustentável de Aviação), também deve crescer, com a expectativa de um mercado de US$ 60 bilhões até 2040.
A ampliação da produção de etanol de segunda geração (E2G) reforça essa trajetória, utilizando biomassa de forma eficiente e com menor pegada de carbono. O Brasil tem condições de liderar a produção global de SAF, com capacidade para exportar 25 milhões de toneladas, quase metade da demanda mundial estimada para 2035.
Para manter a competitividade, o Brasil deve continuar investindo em infraestrutura de transmissão de energia e fomentar a circularidade na indústria, com o aumento da reciclagem e eficiência energética. A aposta em soluções climáticas naturais, como a restauração de pastagens e a captura de carbono, também se mostra uma via econômica e eficiente para reduzir emissões. A descarbonização da agropecuária e do uso da terra pode gerar ganhos econômicos significativos, com um custo de abatimento de CO2 inferior a US$ 20 por tonelada.