Novas exigências e riscos elevam a importância da governança digital
A cibersegurança se consolidou como uma preocupação central para empresas, impulsionada pelo crescimento de ataques sofisticados e por novas regulamentações. Com isso, CFOs assumem papel estratégico ao lado de CISOs, utilizando seguros cibernéticos como ferramenta para mitigar riscos financeiros e operacionais.
O mercado de seguros cibernéticos movimentou US$ 14 bilhões em 2023 e deve atingir US$ 22 bilhões até 2025, refletindo a crescente adesão de empresas preocupadas com proteção digital. No Brasil, a demanda por essas apólices aumentou 40% no último ano, impulsionada por incidentes como ransomware e vazamento de dados. O custo médio de uma violação de dados no país já ultrapassa R$ 6,8 milhões, tornando o seguro um diferencial competitivo.
No Painel do Security Leaders, especialistas reforçaram que a responsabilidade pela segurança digital deve ser compartilhada entre liderança executiva e áreas operacionais. Ricardo Durães, CISO do Bradesco Seguros, destacou a necessidade de maior integração entre segurança e gestão financeira, enquanto Pedro Nuno, CISO da Valid, apontou que decisões sobre investimentos em proteção não podem ser delegadas exclusivamente ao setor técnico.
O avanço das regulamentações também pressiona empresas a adotarem estratégias mais robustas. Nos Estados Unidos, a SEC exige a divulgação de incidentes cibernéticos em até quatro dias úteis. No Brasil, a CVM já impõe regras para transparência sobre impactos financeiros de ataques. O alinhamento entre CFOs, CISOs e jurídico tornou-se essencial para evitar penalidades e prejuízos reputacionais.
Além de reduzir impactos financeiros, o seguro cibernético atua como um indicador de maturidade organizacional. Seguradoras avaliam políticas internas antes de emitir apólices, o que incentiva a adoção de boas práticas. Empresas que exigem cobertura cibernética de seus fornecedores também fortalecem sua própria segurança, minimizando riscos da cadeia produtiva.
A necessidade de atualização contínua em cibersegurança exige investimentos estratégicos. CFOs que quantificam riscos em termos financeiros conseguem justificar orçamentos mais eficazes para defesa digital. Modelos como o zero-trust e o monitoramento contínuo complementam a proteção, mas a resiliência financeira proporcionada pelo seguro cibernético se tornou uma peça-chave para garantir continuidade dos negócios diante de ataques cada vez mais sofisticados.