Recentemente, recebi um artigo da McKinsey que trouxe uma clareza contundente. Javier Polit, Chief Information and Digital Officer (CIDO) da Costco, destacou algo que todo CIO vive no dia a dia: a tecnologia é um meio, não um fim. E para que ela realmente gere valor, o CIO precisa estar intimamente alinhado aos objetivos estratégicos da empresa.
Polit não fala de novos conceitos complexos, mas sim de práticas essenciais que têm sido moldadas ao longo dos anos. Ele compartilha três pilares principais que devem guiar os CIOs, independentemente do setor em que atuam:
1. Priorizar o que gera receita – A tecnologia deve ser uma facilitadora do crescimento. Polit destaca que seu foco está em plataformas e funcionalidades que não só melhoram a operação, mas também impactam diretamente o faturamento, enquanto garantem a satisfação de clientes, membros e colaboradores. A lição aqui é clara: a TI precisa estar no centro do crescimento empresarial, com metas de negócio bem definidas.
2. Adaptação constante – As mudanças tecnológicas são rápidas e inevitáveis. Polit ressalta que, muitas vezes, soluções que funcionaram por anos já não são adequadas após dois ou quatro anos. CIOs não podem esperar por uma solução perfeita e estática. Ele nos lembra que, ao invés de buscar uma resposta definitiva, devemos adotar uma abordagem de aprendizado contínuo, adaptando nossas plataformas conforme novas soluções surgem e os requisitos do mercado mudam.
3. Entender o negócio para colaborar melhor – Polit menciona que ele visita regularmente as operações da Costco, desde armazéns até os navios de pesca de frutos do mar. Ele sabe que o CIO não pode ser um observador distante; precisa entender profundamente a operação e se engajar nas decisões de negócios. O CIO eficaz é aquele que se envolve em todas as etapas do processo, aprendendo de perto como a empresa realmente funciona.
Além disso, um dos pontos mais valiosos de Polit é a construção de uma parceria estratégica com outros líderes da empresa. Ele compartilha como, ao longo de sua trajetória, encontrou colegas dispostos a colaborar com a equipe de TI, o que resultou em melhorias tangíveis para o negócio. Esse tipo de colaboração cria tração interna, gerando mais demandas por soluções digitais e demonstrando que o CIO está criando valor além da tecnologia pura.
Outro destaque importante é sobre cibersegurança. Polit alerta que não se trata apenas de seguir normas e padrões. A segurança cibernética precisa ser proativa e voltada para proteger o negócio como um todo, uma responsabilidade que recai diretamente sobre o CIO. Ele enfatiza que, embora novas ferramentas de IA ajudem na defesa, confiar exclusivamente nelas pode ser perigoso, pois nada substitui a expertise humana quando a tecnologia falha.
Em resumo, as lições de Javier Polit nos lembram que:
• O CIO moderno precisa ser mais do que um gestor de sistemas; ele deve ser um parceiro estratégico. • A adaptabilidade é essencial em um ambiente de rápida mudança tecnológica. • A compreensão profunda do negócio é o que transforma a tecnologia em um motor real de valor. • Colaboração com outras lideranças e um foco contínuo em cibersegurança são elementos chave para o sucesso de qualquer empresa no ambiente digital atual.
Polit resume bem o que muitos CIOs já sabem, mas talvez ainda estejam lutando para colocar em prática: para liderar a tecnologia com sucesso, você precisa ser também um líder do negócio.