Números e resultados. Claro, o mercado de impressão, em grande medida, depende desses dois fatores. E é por isso que tratamos tanto aqui de eficiência, produtividade e estratégias direcionadas para o negócio. Mas, se você é um apaixonado por esse mercado como eu, sabe que nunca se tratou apenas disso. Nossa revista repetidamente abre espaço para a magia das cores formando imagens impressionantes, surpreendentes… E, na posição de quem cobre as atividades das empresas que atuam nesse setor, temos o privilégio de ver de perto, em primeira mão, o sentimento inexplicável de quem trabalha na produção. Um misto de amor e orgulho com o produto dessa criatividade. Felicidade talvez seja a palavra mais apropriada.
Pena que nem sempre seja assim. Nos últimos 27 anos, conheci muitos empresários que, entre erros e acertos, souberam se reinventar – enquanto outros desistiram por conta dos maus momentos da economia. É fato que, de alguns anos para cá, a impressão perdeu valores importantes (empresas e pessoas), alguns insubstituíveis. Quem surgiu no lugar dessas mentes criativas foi um outro tipo curioso de especialista: o expert em dinheiro, para quem a única cor interessante é a das cédulas, cheques e cartões de crédito. Um cafetão da qualidade que vende serviços por preço.
A internet tem tornado essa saída dos bons profissionais e chegada dos “homens de negócio” ainda mais recorrente. A desculpa é, mais uma vez, o preço – e também a crença de que não há mais leitores ávidos por informações relevantes. Parece existir um menosprezo pela inteligência do público leitor. E gerar conteúdo passa a ser copiar o que os fornecedores empurram como verdade – geralmente uma “verdade” que interessa sobretudo ao próprio umbigo. Minha constatação é de que, infelizmente, muitos profissionais com poder de decisão não entenderam nada sobre a evolução das tecnologias – e ignoram a tendência do consumidor omnichannel (todos os canais, simultaneamente).
A boa notícia – ufa!, elas existem – é de que ainda há muitos cases positivos para compartilhar e muita gente inventiva, esclarecida, visionária, apaixonada pelas possibilidades da impressão. Lembro-me bem de um vídeo produzido há muitos anos pela Marabu, e que me foi apresentado pelo Jonathan Bultemeyer, então diretor de marketing da empresa. Era em alemão, mas as palavras pouco importavam. Porque o vídeo demonstrava a influência das cores no nosso cotidiano e o poder intrínseco, absoluto, das imagens – uma linguagem que independe da comunicação verbal.
Saí dessa apresentação emocionado e seguro de que ali estava uma empresa investindo em tecnologia, matéria-prima de qualidade e profissionais capacitados para, além de buscar seus resultados de negócio, proporcionar todo o encantamento que a impressão é capaz de oferecer, aos olhos e ao coração. Esse mesmo sentimento eu tive este mês ao ler a matéria de capa escrita pelo Alexandre Carvalho, com fotos de Yuri Mine, sobre a Reserva, empresa carioca que explora a impressão digital para personalizar a experiência de seus clientes na área do vestuário masculino.
Tenho certeza de que, ao ler a matéria, você vai ficar tão encantado quanto eu com empreendedores que praticam os valores que nosso mercado, como um todo, precisa resgatar. Uma empresa que, adotando uma abordagem multimídia e com pontos de venda diferenciados para se aproximar de quem compra suas roupas, refere-se ao cliente assim: “acreditamos que somos amigos”.