Impressão digital virar commodities, nunca mais!
Quando o Marco Marcelino me convidou para escrever para a Revista Empresário Serigráfico & Digital 2.0, não pude pensar em outro assunto senão este: o famoso leilão de preços onde quem dá o menor preço leva , mas nem sempre entrega.
Esta prática leonina foi a causa, ou uma das, que levaram muitos amigos a bancarrota, e como estamos todos neste barco não preciso citar nomes, pois todos se lembram dos players argentinos, portugueses, americanos e os brasileiros que toparam o braço de ferro que fez com que todos perdessem.
Problema de quem compra? Não! Problema de quem vende? Sim! Como as horas são amigas do tempo, os profissionais de agências, empresas e produtoras foram percebendo que algo estava errado e que alimentar cada vez mais esta guerra de preços os levaria também para o campo dos problemas de toda ordem. Materiais não especificados, atrasos de entrega, qualidade descontinuada, ou seja, falta total de comprometimento com o que se foi proposto.
Isso tudo acabaria por determinar o fechamento dessas empresas, ou simplesmente as colocariam de lado, fadadas a “pegar” somente os “abacaxis” que ainda aparecem por aí, criando assim um círculo vicioso de “vender o almoço para comprar o jantar”. Esta fase que teve seu auge em meados do ano 2.000 fez com que muitos profissionais de atendimento e vendas se reposicionassem. Ora pelo fechamento de suas empresas, ora por identificação com outros nichos da comunicação gráfica, pois extasiados de tanto “apanhar” vendendo commodities, precisavam mudar de postura. Focaramse, então, no seu “core business”. Produtos e serviços novos que desenham uma nova fase do nosso segmento que cada vez mais esta se materializando, fazendo despontar empresas novas ou novos produtos em velhas empresas.
A questão da competição por preços vai continuar existindo, logicamente. Mas somente em peças clássicas, e com mais frequência, nos processos de serigrafia, flexografia e offset, mercado que também vem sofrendo com os mesmos problemas de performance administrativa que já culminou com o fechamento de algumas empresas.
Todo este turbilhão comercial e administrativo fez com que os “verdadeiros” produtores e compradores se interessassem mais pelos atributos tecnológicos e estruturais das empresas do que pela sua política comercial. O portfólio é muito mais importante do que o volume das suas vendas. Quanto mais completa e multidisciplinar for a empresa, mais facilmente conseguirá seu objetivo que é, senão outro, tornar-se um forte parceiro fornecedor.