Com o avanço das finanças ESG (ambiental, social e de governança), empresas e investidores estão cada vez mais atentos às oportunidades oferecidas por práticas socioambientais. Em 2024, até abril, foram emitidos R$ 26 bilhões em operações com selo ESG no Brasil, segundo a ERM Nint. Desses, R$ 6,2 bilhões foram coordenados pelo banco BV, posicionando-o como o segundo maior coordenador dessas operações no país. Globalmente, as previsões indicam que este ano poderá alcançar US$ 1 trilhão em títulos e empréstimos sustentáveis, superando os US$ 980 bilhões de 2023.
O banco BV se destaca no setor, sendo o primeiro banco privado a emitir um green bond no Brasil em 2019. Desde então, desenvolveu uma linha de financiamento solar que hoje é a maior do país, com uma carteira de R$ 4,6 bilhões. Marcos Garcia, superintendente do atacado do banco BV, destaca a relevância dessa iniciativa no cenário nacional.
Os green bonds e green loans são instrumentos financeiros destinados a projetos com benefícios ambientais, como energia renovável e produção de baixo carbono. O mercado de Finanças ESG já movimenta US$ 4,4 trilhões globalmente, conforme dados da Environmental Finance. Empresas estão integrando ESG no núcleo de seus negócios para expandir a responsabilidade socioambiental e ganhar aceitação internacional. No Brasil, gestores e bancos multilaterais têm apoiado fortemente essas práticas.
Iniciativas nacionais como a taxonomia verde da Febraban, a Taxonomia Sustentável Brasileira e o Guia para Ofertas de Títulos Sustentáveis da Anbima têm sido cruciais para o desenvolvimento do mercado ESG. A taxonomia verde ajuda os bancos a direcionar recursos para atividades que efetivamente contribuem para a agenda ESG. A Anbima está transformando seu guia de melhores práticas em um selo ESG, trazendo mais clareza e confiança para investidores e emissores.
Além disso, a CVM publicou a Resolução nº 175 em dezembro de 2022, regulando quais fundos de investimento podem ser classificados como sustentáveis. Esta medida foi seguida pelas Resoluções nº 181 e nº 200, em março de 2023 e 2024, respectivamente. Esse avanço nas finanças ESG acelera a transição para uma economia sustentável, transformando custos em investimentos futuros e viabilizando mais operações bilaterais e de mercado de capitais com benefícios socioambientais.