Modelo tecnológico diversificado impulsiona receita e combate fraudes.
A Visa consolidou sua estratégia de diversificação ao expandir sua atuação para além do modelo tradicional de bandeiras de pagamento. Em 2024, a empresa finalizou o ano fiscal com uma receita de US$ 36 bilhões, sendo que 24% da operação global no terceiro trimestre foi atribuída à divisão de novos negócios. Esses resultados fazem parte de um mercado global estimado em US$ 200 trilhões, excluindo China e Rússia, com foco na digitalização de pagamentos por consumidores, empresas e governos.
Entre as principais iniciativas da empresa, destacam-se os serviços Visa Advanced Authorization (VAA) e Visa Risk Manager (VRN), destinados à análise de fraudes e score de crédito. Segundo a companhia, o VAA evitou US$ 27 bilhões em fraudes no mundo em 2022, e ambos os serviços seguem como prioridades para 2025. No Brasil, a Visa iniciou um piloto do serviço de análise de pagamentos Visa Protect for Account to Account (A2A), que já mostrou resultados positivos no Reino Unido, como a redução de 63% nas fraudes e um corte de 40% nos falsos positivos.
Além de proteger transações, a Visa também fortalece seu portfólio com soluções de emissão, aceitação, identidade digital, Open Banking e consultoria. No modelo agnóstico, essas tecnologias são aplicadas em arranjos de pagamento externos, como o Pix, usado por 76,4% da população brasileira. O diretor executivo Fernando Amaral afirma que o objetivo da Visa é agregar valor a tecnologias de terceiros, como o Pix, utilizando ferramentas próprias de combate a fraudes.
A diversificação de receita complementa o modelo tradicional da empresa, centrado na VisaNet, que processa pagamentos globalmente. De acordo com Gustavo Carvalho, diretor executivo da divisão Visa Acceptance Solutions, o avanço tecnológico e o uso de inteligência artificial permitem que a empresa amplie seu impacto no mercado de pagamentos, tanto no Brasil quanto em outros países.
O Brasil é considerado estratégico pela Visa, devido à sofisticação do mercado e à rápida adoção de novas tecnologias pelos consumidores. Segundo os executivos, o país funciona como um laboratório para testar soluções que podem ser escaladas globalmente. Essa dinâmica reforça o papel do mercado brasileiro na estratégia de longo prazo da companhia, que pretende continuar ampliando sua atuação em 2025 e nos anos seguintes.