Nylons e vidro apontam tendências para embalagens de alimentos e bebidas na Fispal Tecnologia 2013
No primeiro dia de Congressos Técnicos da Fispal Tecnologia, a Abividro (Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro) e a UBE, indústria de materiais, apresentaram um panorama dos avanços e tendências para aplicação de vidro e náilon no desenvolvimento de embalagens para alimentos e bebidas.
De acordo com Ana Paula Bernardes, gerente de Projetos da Abividro, no mercado brasileiro, 76% do vidro é utilizado pelo mercado de bebidas; 17% no de alimentos; 3% no setor farmacêutico e 4% destinam-se aos mercados de higiene, limpeza e cosméticos. ''O vidro nos remete a embalagens premium, que proporcionam ao consumidor uma sensação estética, de conservação e segurança. É um material inerte, que não libera bisfenol A, por exemplo''. No Brasil, 60% do vidro utilizado estão em bares, hotéis, restaurantes ou similares.
Bernardes apresentou pesquisa sobre a percepção dos consumidores nos Estados Unidos e na América Latina, no ano de 2011, na qual se constatou que 90% dos consumidores consideravam o vidro a opção de embalagem mais saudável, outros 74% viam o vidro como invólucro de produtos de ''tradição e experiência'', 64% associavam o material à sustentabilidade. O vidro permite o reuso, e é 100% reciclável. Por isso, um quilo de caco de vidro se transforma em um quilo de vidro novo, sem perda alguma. Mesmo um dos maiores entraves do vidro, seu peso, é foco de avanços. Em 10 anos, segundo a gerente de Projetos, empresas brasileiras já conseguiram redução de até 40% no peso de embalagens de vidro.
Assim como o vidro, o uso da poliamida ou náilons na indústria de embalagens também vem ocupando uma parcela importante no mercado brasileiro e mundial. Na palestra de Carlos Catarozzo, engenheiro e executivo de Vendas e Marketing para América Latina da UBE, ele traçou uma linha estabelecendo a trajetória histórica do metal para o vidro, do vidro para plásticos rígidos e então para os flexíveis. ''Décadas atrás, as embalagens eram maiores e tinham menos importância na vida cotidiana. A tendência agora é que elas sejam 'vendedores silenciosos', tragam eficiência e protejam os produtos. Em alguns lugares do mundo, já existem embalagens transparentes para sopas que são introduzidas diretamente na panela, onde se dissolvem''.
Catarozzo apresentou outras tendências que devem ganhar cada vez mais espaço nas prateleiras, todas produzidas com poliamidas: bag inbox, espécie de garrafa flexível na qual se comercializam vinhos, com resistência e manutenção do aroma; milk bags, leite tipicamente de saquinho, mas com tecnologia de processamento UHT e embalagens inteligentes para, por exemplo, armazenamento de queijos. ''Elas permitem que o queijo respire, ou seja, mantém-se o processo de maturação, liberando CO2, sem deixar outros gases entrar''.