Marketing não só é publicidade, Investimento não é só despesa e Vendas não é só dar descontos. “Cortar despesas e esperar por melhoras da economia”. Sem querer julgar ninguém, gostaria de propor uma reflexão sobre esta frase que vem sendo praticada desde janeiro deste ano por grande parte das nossas empresas. Todos precisamos vender, mas esquecemos que a relação das empresas é estabelecida nas duas pontas: Comprar e Vender. Se o seu cliente também estabelece como prática a espera por melhorias, significa que teremos uma crise cada vez mais acentuada.
O corte de despesas é necessário à cada trimestre baseando-se no histórico e a capacidade de ajustes frente aos objetivos da empresa. Mas somente esse movimento não é suficiente para atravessar um período turbulento. O desafio está em estabelecer uma conversa mais ampla sobre os objetivos e esforços que as marcas precisam adotar para o relacionamento com o seu público. Recentemente, estive no evento ENA 2015, (Capa desta edição), que trouxe profissionais renomados ao Brasil para falar às grandes Marcas o que muda no marketing e quais as atitudes que estão fazendo a diferença em outros países. Os Estados Unidos, que estiveram recentemente em uma crise, demonstram evolução e crescimento rumo ao desenvolvimento.
É certo que muito temos de esperar do governo, mas o que nós podemos fazer por nossas empresas e setor? Durante o evento, ficou clara a capacidade brasileira e a sua reputação que cresce à cada ano em eventos importantes como Cannes. A propaganda fatura 519 bilhões de dólares e o Brasil é o sexto colocado no ranking mundial. Não dá pra imaginar uma indústria que cria algo, se não houver esforços para impactar o público-alvo. Muitas das soluções que as nossas empresas precisam para vencer a crise talvez estejam isoladas na cabeça da equipe comercial ou em uma mídia em massa, mas sem as garantias de que o seu público esteja ali. Não dá para imaginar uma indústria que vive do reflexo de um mercado de propaganda, que gera o que gera, fique esperando a crise passar.
A retração, além de números, está tensionando as equipes num patamar quase que irreversível. O que fazemos hoje será refletido no futuro, bem como o que fizemos ontem se reflete nos resultados que obtemos hoje. Ações inconsequentes podem colocar a sua marca numa blacklist só porque é mais barato estar ali. Comentários de funcionários podem ganhar as novas mídias de maneira destrutiva. Recentemente um cliente gravou um vendedor falando mal do concorrente e enviou isso para outros profissionais do mercado via WhatsApp.
É preciso entender as novas mídias e confiar o gerenciamento delas a empresas especializadas. Entender que precisamos continuar a investir nas nossas empresas e isto significa divulgar o que fazemos e capacitar os nosso colaboradores com uma melhor capacidade de prospecção. Investir em inovação e buscar de maneira criativa o espaço que a propaganda tem para os nossos produtos. E que bom que os números mostram prósperos momentos para o futuro. Só depende de nós para escolher qual caminho seguir.