Vim aqui te contar um segredo. O mercado não existe. Essa ideia de mercado como um grupo de três ou quatro pessoas que se reúne e faz com que as coisas aconteçam do jeito que elas gostariam simplesmente não existe. Na verdade, qualquer mercado nada mais é do que a soma de todos os envolvidos naquela atividade.
Por exemplo, se a gente falar do mercado de arroz, quem é o mercado de arroz? Quem produz arroz, quem consome arroz, quem transporta arroz; todos juntos formam o mercado de arroz.
No mercado financeiro, igualzinho. Ele é a soma de todos que poupam um dinheirinho e todo o mundo que vai buscar um dinheiro emprestado para alguma coisa, por exemplo, empresas que vão fazer uma fábrica nova, que vão investir em um novo produto ou que vão contratar alguém.
A parte importante: como o mercado inclui todo o mundo, estamos todos no mesmo barco. Não existe nós contra eles, uns contra os outros; muito pelo contrário.
Por exemplo, o que move o dólar, a Bolsa e os juros é a confiança que empresários e consumidores têm no futuro da economia do país. Se empresários e investidores estão confiantes, eles colocam mais dinheiro no país, a Bolsa sobe e o dólar, a inflação e os juros caem. Consumidores confiantes no futuro vão às compras, fazendo as empresas venderem mais, o que aumenta a confiança dos empresários, que, ficando mais confiantes, contratam mais, elevando a confiança dos consumidores, em um círculo virtuoso.
O contrário também é verdade. Empresários e investidores preocupados com o futuro da economia param de investir e contratar. Com menos empregos disponíveis, consumidores também ficam preocupados com o futuro e seguram seus gastos, reduzindo a venda das empresas, o que derruba ainda mais a confiança dos empresários, em um círculo vicioso.
Exatamente porque estamos todos no mesmo barco, a força da economia e a disponibilidade de recursos para projetos sociais andam de mãos dadas. Para qualquer país cuidar do social como ele merece, ele precisa de dinheiro.
E, para ter mais dinheiro, a economia precisa estar forte. Quanto mais forte a economia, maior a arrecadação de impostos e mais recursos para projetos sociais.
Estamos todos no mesmo Brasil. Se queremos mais recursos para projetos sociais, investimentos em infraestrutura, segurança pública, saúde e educação não só no ano que vem, mas sempre, precisamos fortalecer a confiança na economia brasileira. Por isso, equilíbrio fiscal é tão importante.
Um mercado mais forte, com empresários e consumidores mais confiantes, significa uma vida melhor para todos os brasileiros, com mais empregos, salários mais altos, mais consumo, mais recursos para projetos sociais e melhor qualidade de vida. Todos ganham. Ganham trabalhadores, ganham empresários, ganham os mais necessitados.
Em resumo, o mercado somos nós, todos nós, e o objetivo de qualquer governo tem de ser propiciar uma vida melhor para todos os brasileiros, cuidando com todo o carinho tanto da parte social quanto da economia.