Nem todo dado coletado, mesmo sendo estruturado, indica algo positivo. Ainda que seja anunciado em um jornal de renome do país, ler que o PIB cresceu pode parecer um bom sinal. Vou explicar melhor e você entenderá o raciocínio por trás do contexto.
Quanto mais precisamos produzir, mais nos movimentamos e gastamos recursos, o que, por sua vez, aumenta o PIB. No entanto, isso acarreta custos indesejáveis, como passar mais tempo no trânsito, trabalhar por horas a mais e dormir menos, até chegarmos ao ponto de precisar carregar nosso próprio oxigênio devido ao impacto irreversível na natureza.
Vemos um grupo de especialistas criticando iniciativas que poderiam mitigar o uso de recursos, por exemplo. Ou um grupo de oportunistas explorando a falsa ideia de sustentabilidade para vender mais ou parecerem modernos.
A eficiência energética vem sendo negligenciada por todos nós há tempos.
Focamos em nossas próprias conveniências e conforto, talvez até acreditando que “merecemos” essa zona de conforto.
Mas é importante reconhecer que o Brasil é abençoado, não apenas na música de Jorge Ben; temos uma matriz energética capaz de impactar positivamente as necessidades do mundo. É com muito orgulho e gratidão que trago nesta edição um tema extremamente relevante, que afeta todos os 216 milhões de habitantes
e as 24 milhões de empresas ativas
no Brasil.
Se as mudanças climáticas no Hemisfério Norte forem confirmadas, o Brasil será ainda mais valorizado como um dos melhores lugares do mundo. Utopia? Não, uma visão analítica baseada em uma entrevista incrível com alguém que tem muito a nos ensinar.
Apresento a vocês, para reflexões valiosas, Wilson Ferreira Júnior.
Tive o prazer de reencontrar esse incrível profissional anos após ter feito um trabalho sobre energia para a CPFL Energia, um projeto que poucas pessoas sabem da minha participação. Aproveito para saudar dois grandes amigos que participaram daquela iniciativa na época: Fernando Fonseca e Gustavo Landa. Juntos, criamos um guia sobre energia elétrica que, diria eu, permanece atual até hoje, exceto por ajustes técnicos específicos daquele período. Mas pouco tem sido feito na direção que o mundo precisa.
Outra coisa que poucos conhecem é o uso de telemetria de ambientes. Ela serve para mapear a ineficiência e ajudar indústrias a gastar melhor os recursos que têm. Mas esse é um assunto para uma próxima conversa.