Alguns nomes carregam mais do que uma assinatura. São marcas de uma era, de um jeito de pensar e, acima de tudo, de uma forma única de ver o mundo. Washington Olivetto não foi apenas um publicitário. Ele foi, e sempre será, um contador de histórias. Histórias que sabiam rir de si mesmas, que tocavam o público sem nunca subestimá-lo, e que, mais do que qualquer prêmio, conquistavam corações.
O que resta quando uma mente brilhante parte? Quando suas palavras cessam, mas suas ideias continuam a ecoar em corredores, em apresentações, em criações que nem ao menos sabemos que foram influenciadas por ele? Talvez o que fique não seja só a lembrança de suas campanhas geniais, mas um lembrete de como a simplicidade, quando bem feita, pode ser mais profunda que a maior das complexidades.
Washington enxergava o mundo com a leveza de quem sabia que boas ideias não nascem do peso das expectativas, mas da alegria de criar. Ele entendeu que o astral de uma agência e, por extensão, de qualquer lugar onde a criação acontece é tão fundamental quanto a planilha de resultados. Sem alma, não há brilho. E, sem brilho, o trabalho morre.
Ele viu isso acontecer de longe, talvez com tristeza, mas nunca com resignação. Em um de seus últimos textos, Olivetto mencionou a falta de alegria nas agências, o distanciamento dos publicitários e a perigosa transformação de ideias em simples dados. Ele sabia que sem emoção, sem toque, a comunicação se perde. Ela pode alcançar muitos, mas não toca ninguém. E não é isso o que ele nos ensinou.
Falar de Washington Olivetto é falar de um mestre da sutileza, de alguém que entendeu que nem toda boa ideia precisa ir ao ar. Às vezes, a maior genialidade está em saber quando engavetar uma proposta, respeitar o espaço do outro e, ainda assim, continuar acreditando que a próxima ideia será ainda melhor.
Washington não era “W”. Ele era muito mais. Era o símbolo de uma geração que viu na propaganda não só um meio de vender produtos, mas de contar histórias que ficaram. Seu legado é um lembrete de que a propaganda é, antes de tudo, humana. É entender pessoas, tocar vidas, e, de vez em quando, fazer o mundo parar por um segundo para pensar, rir… ou até chorar.
Para quem continua por aqui, fica a lição. Não se trata apenas de criar para vender, mas de criar para ser lembrado. O tempo vai passar, mas as ideias, quando são boas de verdade, continuam a tocar.
Washington Olivetto, você nos tocou profundamente. E seu toque permanecerá.