Escrever este editorial em pleno voo rumo à swissQprint e Zund, na Suíça, me fez refletir sobre o ano que se encerra. Mais especificamente a respeito das mudanças nos hábitos de consumo e como tudo é impactado por isso.
Muitas profissões deixarão de existir da noite para o dia (torcemos para que não seja a sua) e, como você vai ler na entrevista de capa com a consultora Andréa Dietrich, até mesmo o varejo vai entrar no olho desse furacão – e estamos falando de uma atividade que representa 42% do volume das empresas ativas no Brasil.
Entre uma turbulência e outra do avião, lembrei-me dos grandes momentos do ano, começando pelo evento que tive o prazer de coordenar na última semana de novembro. Reunir produtores gráficos das agências de publicidade não é tarefa das mais fáceis.
Concluí, depois de um estudo com cerca de 150 profissionais, que a produção gráfica vive uma crise no que diz respeito ao seu pessoal. Algumas agências já destituíram o departamento e o cenário é de mudanças. Há quem aposte na transição dessa responsabilidade para a equipe de trade marketing das marcas. Ou seja, uma coincidência que novamente traz o varejo à tona.
Dos 21 milhões de empresas ativas, o Brasil tem 9 milhões de comércios, para se ter uma ideia da força do nosso varejo. A economia nacional, embora arranhada, não demonstra, na opinião dos economistas, nenhum alto risco de quebra. Isso porque temos demanda interna para tamanho consumo. Mas o tempo, como disse antes, é de mudanças.
Lembro, voltando às previsões no começo de 2017, que a tecnologia seria o ponto alto dos investimentos este ano. A internet e o comércio eletrônico parecem ter deixado ultrapassados os meios gráficos e a impressão, seja ela analógica ou digital. Mas demorou para que as marcas entendessem que não se tratava de um mecanismo de substituição.
Estão aí as estratégias de omnichannel para mostrar que é preciso estar em todos os canais. A escolha é do cliente. Algumas lojas, que antes vendiam, agora investem num espaço com experiências capazes de aproximar o cliente da marca – uma oportunidade e tanto para a comunicação visual.
Vejamos o exemplo da Mitsubishi, com o Mit Point, um espaço incrível montado no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Aliás, foi nele que fizemos o evento com os produtores gráficos.
Fazendo um balanço do ano, parece-me claro que o digital agora veio para ficar, juntando-se definitivamente às estratégias de impressão, eventos, ativação e uma série de outras ações. Fica a cargo das empresas explorar o que cada meio tem de melhor para cada situação – de um post na internet a um outdoor na estrada.
Neste ano, que foi de reestruturação para muita gente, nós dedicamos muitos investimentos para a geração de conteúdo e leads para os nossos clientes – e esperamos que 2018 seja um ano de maior proximidade com dezenas de outras empresas.
Embora eu seja um otimista, também reconheço quando muitos especialistas apontam uma retomada apenas em 2019. Até lá, faremos o nosso melhor.
Obrigado aos clientes que investiram conosco este ano. Obrigado a você, leitor, que prestigia o nosso trabalho. Como disse no começo, sigo rumo à Europa e trarei na bagagem um artigo de capa com um fabricante suíço de equipamentos.
O nosso legado continua sendo promover o mercado de comunicação visual, e para isso enfrentamos limites que muitos desconhecem. Há anos e anos. Somos prova viva de que um trabalho bem feito, comprometido com seu público, é o melhor caminho para a longevidade de um negócio. Que continue assim.
Até o ano que vem!