Som na Caixa: Como o Spotify revolucionou a indústria da música

Estamos vivendo uma explosão nos serviços de streaming no país. Segundo um estudo da Kantar Ibope Media, 98% dos usuários de internet no Brasil consomem conteúdos em plataformas de streamings de áudio e vídeo. Surfando nessa onda, uma empresa vem se destacando em ritmo acelerado: o Spotify.

De maneira geral, o mercado fonográfico tem crescido em terras brasileiras, saltando 32% em relação ao ano passado, segundo a IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica). No ranking mundial, o Brasil ocupa a 11ª posição e é um terreno fértil para que empresas como o Spotify criem raízes e prosperem.

Lançada a partir de uma brecha que o iTunes e Pandora abriram ao não se preocuparem com a experiência do consumidor, o Spotify dominou praticamente 100% do mercado em 2019 ao identificar as principais preferências dos consumidores e criar estratégias para eliminar as suas principais objeções.

GRATUIDADE

Mesmo com o cenário fonográfico sendo um dos maiores do planeta e tendo grande usabilidade por meio de CDs, discos de vinil ou até mesmo pelo próprio iTunes, uma das principais objeções do público ainda era o preço, o que acabava fortalecendo a indústria da pirataria. O Spotify surge como uma alternativa ideal para essa realidade, oferecendo um serviço freemium, legalizado e com ótima facilidade de uso.

PARCERIAS

A empresa é referência em parcerias com outras marcas para criação de experiências e ações de sucesso. Com a Samsung, por exemplo, usuários podem contar com integrações cruzadas nos principais dispositivos, que já são vendidos com o Spotify pré-instalado, além de três meses gratuitos de assinatura.

Netflix e Starbucks também são algumas das grandes empresas que fazem parte por meio de podcasts e trilhas sonoras exclusivas disponibilizadas aos usuários dentro da plataforma. Entendendo a importância das redes sociais para crescimento da sua base, a gigante chegou a se unir ao Facebook para anunciar o compartilhamento de música, uma estratégia que agregou 1 milhão de novos usuários ao Spotify.

EXPERIÊNCIA

Diferente dos CDs, sites piratas e demais serviços de música, o Spotify conseguiu entregar um ambiente intuitivo, moderno e capaz de integrar e reproduzir diversos gêneros musicais de forma instantânea. Com uma única tacada, a empresa eliminou diversos problemas comuns para os consumidores: Entregava um conteúdo seguro e legalizado, sem a chance de vírus ou não oficial, plural, ou seja, para todos os gostos e com facilidade de busca, além de “infinito”, onde não obrigava seus usuários a contarem com um espaço físico ou digital que comportasse suas músicas.

DADOS

O Spotify é totalmente data-driven. Isso significa que utiliza os dados sobre os hábitos de escuta dos usuários a favor de suas estratégias. Uma de suas campanhas mais bem-sucedidas no Brasil apresentava outdoors pelas cidades com informações baseadas nas playlists de seus usuários, o que adicionou meio milhão de novas reativações e inscrições.

Além disso, utilizando os dados, a empresa lançou o Wrapped, que permite reviver todas as descobertas que o usuário teve na plataforma com músicas, artistas e podcasts que mais foram escutados, criando um forte sentimento de comunidade e incentivando o compartilhamento por meio de trends virais. Isso trouxe 120 milhões de novas pessoas para o Spotify apenas neste ano.

O Spotify se tornou um fenômeno global e segue líder do seu nicho, ganhando inclusive uma série sobre sua história na própria Netflix. De acordo com seu fundador, Daniel Elk, o grande diferencial da plataforma foi ter começado uma década antes dos seus concorrentes. Atualmente a gigante registrou 456 milhões de usuários mensais ativos, chegando a aumentar em 14% sua versão premium neste ano. A expectativa dos executivos é que o Spotify alcance 1 bilhão de usuários em todo o mundo até 2030.

Apesar do sucesso, a empresa ainda enfrenta grandes desafios com artistas e legislações locais e tem se movimentado para continuar entregando um serviço relevante e de grande impacto. Resta saber se vamos continuar a ver essa gigante no topo das paradas nos próximos anos.

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Outubro 2024

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