Compartilhe com sua comunidades

Cidade Limpa Desta Vez?

Cidade Limpa Desta Vez?

 

 

Prefeito Haddad prepara projeto para enterrar fiação elétrica de São Paulo

 

Mais uma vez a Prefeitura anuncia a intenção de "enterrar" toda a fiação existente na cidade, para melhor o visual da mesma, verdadeiro problema que causa a chamada poluição visual.

 

Na época em que a mesma Prefeitura, sob o comando de Gilberto Kassab, definiu a chamada "Lei Cidade Limpa", extinguindo a atividade de Mídia Exterior da cidade, uma dos principais argumentos utilizados para isso foi que a mesma causava também a tal da poluição visual. Será que desta vez a coisa anda?

 

Logicamente, como foi amplamente demonstrado por estudos, antes da implementação da Lei Cidade Limpa, a questão da poluição visual é muito subjetiva. Ou seja, o que pode incomodar seus olhos podem não incomodar os meus. Além disso, estudos realizados na ocasião, patrocinados pelas entidades representativas do Setor, apontavam que um dos itens que mais incomodava os paulistanos era justamente a imensa malha de fios de postes, desenrolados por milhares de quilômetros por toda a cidade. Em alguns pontos, a quantidade de fios é tão grande que chega a vergar as estruturas de sustentação. Visualmente é um emaranhado horrível destoa com a paisagem em todos os sentidos.

 

Agora, a Prefeitura prepara um (novo) projeto para enterrar a fiação pública e recuperar as calçadas de diversos bairros e avenidas da cidade. O projeto foi pauta de uma reunião com construtoras e do último encontro do conselho político da prefeitura, na quinta-feira passada. Pelo impacto visual, a ideia é tratada na administração como uma "Cidade Limpa" do novo prefeito, em referência à lei que extinguiu a atividade de Mídia Exterior na capital paulista.

 

Segundo estimativas preliminares apresentadas na reunião do conselho, executar esse trabalho nas principais áreas da cidade custaria algo em torno de R$ 15 bilhões. Cada metro de fiação enterrada sairia por aproximadamente R$ 5,5 mil. O prefeito disse aos auxiliares que a ideia é analisar alternativas para viabilizar o projeto, de modo que a iniciativa privada divida o custo das obras, afirma uma fonte que participou do encontro.

 

A questão é sempre repetida por nós. Por que então, se esse é o maior problema na questão do visual da cidade, por que não foi atacado antes? Por que Kassab simplesmente retirou as peças de Mídia Exterior que pouco mal causavam ao visual da cidade e não atacou o problema da fiação? Com certeza, a maioria de nós conhece bem os motivos de sua ira imensa pela Mídia Exterior. Será que o novo Prefeito terá condições e coragem, então, de reparar esse erro? A atividade arrisca um retorno em relógios e abrigos de ônibus e poderá, com certeza, retornar sob outras formas, se bem regulada e fiscalizada, gerando empregos e receitas para a cidade. Por que "desenterrar" a atividade além de "enterrar" a fiação?

 

Enterrar a fiação para melhorar o visual da cidade custará caro como já ficou demonstrado em cálculos preliminares. Mas ter acabado com a atividade de Mídia Exterior também custou muito caro e não apenas em termos financeiros, mas também social. Além de parar o movimento financeiro do setor, que representava em torno de 60% do total nacional, milhares de pessoas ficaram sem empregos e tiveram que reaprender a trabalhar e sustentar suas famílias da noite para o dia. Uma irresponsabilidade sem tamanho.

Especialistas são unânimes em afirmar que em países mais avançados, essa questão já foi, há muito, equacionada e resolvida pelas autoridades realmente preocupadas em melhorar a qualidade de vida da população, o que parece não ser o caso brasileiro. Muitas cidades importantes têm adotado políticas urbanas com o objetivo de melhorar a vida de seus habitantes, em todos os sentidos e não apenas extinguindo a Mídia Exterior. Lá a preocupação também abrange outras políticas para uma vida mais saudável, inclusive enterrando a fiação dos postes.

 

Que todos os erros cometidos por Gilberto Kassab possam ser revistos e consertados pela nova administração.

 

Empresário Digital

Informação valiosa, 
no tempo certo

Assine nossa newsletter

Anúncio

Enquanto o SoftBank aposta bilhões em chips, a Odata acelera com data centers turbinados para IA, a TotalEnergies mira no hidrogênio verde brasileiro e a Lupo expande sua produção para...
A Lupo anunciou a construção de sua primeira fábrica fora do Brasil, localizada em Ciudad del Este, Paraguai, com um investimento de R$ 30 milhões. A nova unidade deve iniciar...
O ASA, instituição financeira fundada por Alberto Safra, anunciou a contratação de Vinicius Tugumi para liderar a área comercial de private banking e gestão de fortunas. O executivo, que atuava...
A TotalEnergies estuda importar hidrogênio verde de um projeto desenvolvido pela Casa dos Ventos no nordeste do Brasil. O empreendimento, planejado para o Porto de Pecém, pode atingir 1,2 gigawatts...
A Odata, empresa de data centers adquirida pelo grupo americano Aligned em 2022, mantém um plano de investimentos de R$ 26 bilhões até o fim de 2026. O objetivo é...
O SoftBank fechou um acordo para adquirir a Ampere, empresa especializada no desenvolvimento de processadores para data centers, por US$ 6,5 bilhões. A transação, realizada integralmente em dinheiro, reforça a...