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Os smartphones podem nos ouvir?

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Análise aprofundada revela a utilização de microfones em dispositivos inteligentes para publicidade direcionada, e a posição das grandes techs sobre o assunto

As estratégias de publicidade evoluem com a tecnologia, e um novo marco foi atingido com a capacidade de “escutar” conversas através de dispositivos inteligentes para oferecer publicidade direcionada. A Cox Media Group (CMG), uma gigante da mídia, desenvolveu o “Active Listening”, um serviço que utiliza microfones em smartphones e televisores para captar conversas e, através destes dados, segmentar anúncios com precisão sem precedentes.

Durante uma apresentação em novembro de 2023, a CMG expôs como essa tecnologia pode captar necessidades em tempo real, oferecendo às empresas a chance de atingir clientes no momento exato de sua expressão de interesse. “O que significaria para o seu negócio se você pudesse segmentar clientes em potencial que estão discutindo ativamente sua necessidade de seus serviços em suas conversas do dia-a-dia?”, questionavam os slides da CMG, destacando o potencial revolucionário dessa abordagem.

Porém, a prática gerou controvérsias. Grandes nomes da tecnologia como Google, Microsoft, Amazon e Meta foram citados como parceiros potenciais ou anteriores deste serviço. A investigação da agência de notícias 404 Media trouxe à luz declarações dessas corporações, todas negando o uso do “Active Listening” para fins publicitários. A Meta, por exemplo, afirmou estar em contato com a CMG para esclarecer que seu programa não se baseia em metadados e reiterou que nunca utilizou microfones para direcionar anúncios.

A repercussão incluiu questionamentos sobre a ética e legalidade da prática. Com declarações firmes das grandes empresas de tecnologia, o cenário é de vigilância e ajustes regulatórios. Empresas como a Microsoft anunciaram investigações para assegurar conformidade com políticas internas e regulamentações, enquanto a Amazon declarou nunca ter participado do programa.

O “Active Listening” se posiciona na linha tênue entre inovação e invasão de privacidade, desencadeando um debate essencial sobre até onde a tecnologia pode ir na personalização da experiência do usuário sem ultrapassar os limites éticos e legais. O futuro do marketing digital, portanto, poderá depender não apenas de avanços tecnológicos, mas também da construção de um quadro de confiança e transparência com os consumidores.

Gustavo Fleming Martins

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