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Future Climate busca R$ 200 milhões para expandir projetos de descarbonização

Empresa amplia atuação internacional com escritórios no Oriente Médio e Ásia

A Future Climate, anteriormente conhecida como Future Carbon, está ampliando suas operações com a abertura de escritórios em Abu Dhabi e Cingapura. A iniciativa visa captar até R$ 200 milhões para dois fundos voltados ao financiamento de tecnologias de descarbonização no Brasil. Essa mudança de nome e estratégia, ocorrida no primeiro semestre, reflete o foco atual da empresa em climate finance, deixando de lado os projetos de carbono.

A empresa, liderada por Fábio Galindo, ex-chairman da Agea, está em busca de recursos no exterior para investir em projetos brasileiros relacionados à descarbonização. A demanda por esse tipo de investimento, principalmente de fundos soberanos do Oriente Médio e investidores asiáticos, é um dos fatores que motivaram a expansão internacional.

Os novos escritórios da Future Climate foram estrategicamente localizados em hubs globais de investimentos climáticos. A operação em Abu Dhabi foi integrada ao Abu Dhabi Global Market (ADGM), uma plataforma internacional de investimentos com recursos de US$ 30 bilhões voltados à transição climática, liderada pelo fundo local Altérra. Já Cingapura é um dos principais centros globais para o mercado de carbono, regulando a compra e venda de créditos e servindo como um importante polo de investimentos no Pacífico Asiático.

Além desses hubs, a Future Climate já contava com um escritório em Londres, aberto em 2023. O objetivo principal dessas unidades é atrair capital internacional para os primeiros investimentos do braço financeiro da empresa, além de fomentar a venda de créditos de carbono gerados por companhias investidas.

A estratégia da empresa é captar R$ 200 milhões nos próximos três anos para dois fundos. O primeiro, de venture capital, será destinado ao desenvolvimento de tecnologias de descarbonização, com foco em setores como agronegócio e mineração. A empresa também pretende investir em empresas voltadas à restauração de florestas e pastagens, além de fornecedores de produtos e serviços ligados a esses segmentos.

O segundo fundo, chamado “2.0 Carbon Fund”, continuará investindo em projetos geradores de créditos de carbono. A estratégia é adquirir esses créditos com desconto e revendê-los com lucro. Segundo Galindo, o fundo busca acelerar projetos que já possuem uma estrutura robusta e com maior liquidez no mercado internacional.

Anteriormente, a meta da Future Climate era desenvolver 10 milhões de hectares de florestas no Brasil até 2032. Com a nova estratégia, a empresa pretende financiar projetos de terceiros, o que permitirá acelerar esse processo. O plano é investir em 12 empresas e projetos nos próximos três anos, com valores ajustados às necessidades de cada um.

A empresa cobra uma taxa de administração de 2% e uma taxa de performance de 20% sobre os fundos geridos. A expectativa da Future Climate é fechar o ano com uma receita de R$ 54 milhões, após ter faturado R$ 9,6 milhões no ano anterior.

A Future Climate foi fundada no final de 2021 como uma plataforma integrada para o mercado de crédito de carbono. No entanto, o avanço da demanda por projetos de descarbonização fez a empresa mudar de direção, expandindo seu foco para o financiamento de projetos climáticos. A empresa também passou por uma reestruturação societária, com Galindo adquirindo o controle majoritário, aumentando sua participação para 80%.

Um estudo da consultoria Boston Consulting Group (BCG) estima que o Brasil pode atrair até US$ 3 trilhões em investimentos até 2050, posicionando o país como um hub global de soluções climáticas. Com isso, a Future Climate busca aproveitar esse potencial, oferecendo uma plataforma financeira focada na descarbonização.

Gustavo Fleming Martins

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