Compartilhe com sua comunidades

Netflix fecha estúdio de games AAA após menos de 2 anos de funcionamento

Projeto com veteranos da indústria não lança nenhum jogo antes do fim

Em menos de dois anos desde sua criação, a Netflix encerrou as atividades do Team Blue, estúdio de desenvolvimento de games que reuniu veteranos da indústria. A divisão, que teve como objetivo desenvolver um jogo AAA para o mercado, incluía nomes como Joseph Staten, conhecido por seu trabalho na franquia Halo, Chacko Sonny, ex-Blizzard, e Rafael Grassetti, ex-Sony Santa Monica. O projeto, entretanto, não avançou para um lançamento comercial.

A iniciativa da Netflix de investir em um jogo AAA surgiu em um contexto de aumento de ofertas no mercado de games e no setor de entretenimento digital. Desde 2021, a empresa já oferecia uma variedade de jogos para mobile, adicionados ao catálogo disponível para seus assinantes. No entanto, apenas cerca de 1% dos 287 milhões de assinantes ativos utilizavam o recurso, o que pode ter contribuído para a avaliação dos investimentos na área de desenvolvimento.

Outras empresas não especializadas em jogos já tentaram se firmar nesse setor. Google, Disney, Amazon e Apple, em diferentes momentos, realizaram aquisições de estúdios de games sem resultados expressivos. O Google, por exemplo, comprou o estúdio Typhoon Studios em 2019, mas descontinuou o projeto após um único lançamento de sucesso mediano. De forma similar, a Disney ressuscitou a LucasArts em 2013, mas optou por encerrar o estúdio apenas um ano depois.

A estratégia da Amazon envolveu investimentos em estúdios como Double Helix e Crystal Dynamics, mas o retorno ainda é considerado tímido. A Apple, por sua vez, apostou no serviço Apple Arcade, que até hoje mantém um apelo restrito e não ocupa lugar de destaque no mercado.

O encerramento do Team Blue demonstra as dificuldades enfrentadas por empresas fora do setor de games para obter retorno nesse mercado competitivo. A estruturação de um estúdio com grandes nomes e recursos significativos, sem o conhecimento prévio do setor, mostrou-se insuficiente para assegurar o sucesso de uma empreitada.

As dificuldades em lançar produtos no setor de games evidenciam que, além de investimentos financeiros, o sucesso depende de expertise específica e da gestão de expectativas de mercado. A história recente de aquisições e descontinuações na área confirma a complexidade e os desafios de um setor em que mesmo altos investimentos não garantem a consolidação.

Gustavo Fleming Martins

Informação valiosa, 
no tempo certo

Assine nossa newsletter

Anúncio

BTG projeta recuo de 22% no lucro da dona do McDonald's, puxado por pressão de custos e desempenho fraco das lojas brasileiras...
A AXS Energia deu um passo estratégico rumo à liderança no mercado de geração distribuída (GD) ao receber um aporte de R$ 550 milhões da gestora AZ Quest. O investimento...
Nem nos piores momentos da onda de layoffs pós-pandemia a Microsoft havia feito cortes tão profundos. Nesta semana, a companhia anunciou o desligamento de 4% de sua força de trabalho...
A THE LED, especialista em soluções de mídia digital para o varejo, acaba de anunciar a aquisição da RETAIL MEDIA, pioneira na digitalização dos pontos de venda (PDVs) no Brasil....
A recente provocação de Demis Hassabis, CEO da DeepMind, acendeu uma faísca: estaria o Veo 3, novo modelo de geração de vídeo do Google, no caminho para criar mundos jogáveis...
Presente em mais de 80 países, o grupo alemão Lapp, especialista em soluções de conectividade elétrica e cabos industriais, acaba de concretizar sua primeira aquisição no Brasil: a Eurocabos, empresa...