Compartilhe com sua comunidades

TikTok Shop prepara entrada no Brasil e deve transformar o e-commerce

Plataforma de compras pode atingir até 9% do mercado digital brasileiro

O TikTok Shop, ferramenta de e-commerce integrada ao aplicativo de vídeos curtos, vem consolidando seu impacto global e agora mira o mercado brasileiro. Com vendas que ultrapassaram US$ 33 bilhões nos Estados Unidos em 2024, o recurso pode representar uma mudança no cenário do varejo online no Brasil. Estimativas do Santander indicam que o TikTok Shop pode conquistar entre 5% e 9% do e-commerce nacional nos três primeiros anos de operação no país.

O Brasil é o terceiro maior mercado do TikTok, com 111 milhões de usuários, atrás apenas de Indonésia e Estados Unidos. Os brasileiros passam, em média, 60 minutos diários no aplicativo, superando o tempo de uso de plataformas como Instagram e YouTube. A capacidade de engajamento do TikTok, três a quatro vezes maior que a do Instagram, coloca a ferramenta em posição estratégica para capturar parte significativa das vendas digitais.

A vantagem competitiva do TikTok Shop está na simplicidade do processo de compra, realizado diretamente no aplicativo com suporte a sistemas de pagamento como Apple Pay e Google Pay. Além disso, as taxas cobradas pela plataforma sobre vendas variam entre 5% e 6%, inferiores às praticadas por concorrentes como Amazon (8% a 45%) e eBay (5% a 15%).

No Brasil, marcas como Natura, Renner e Magazine Luiza estão entre as mais bem preparadas para explorar o potencial do TikTok Shop, segundo estudo do Santander. Essas empresas já possuem estratégias de conteúdo nativo para a plataforma, alto engajamento e bases consolidadas de seguidores, o que reduz os custos de aquisição de clientes. Categorias como beleza, cuidados pessoais e vestuário devem se destacar no novo formato de vendas.

Embora concorram diretamente no e-commerce, Mercado Livre e Magazine Luiza podem colaborar com o TikTok, oferecendo suas redes de logística para atender à demanda gerada pela plataforma. Já marcas como Riachuelo, Centauro e Olympikus aparecem como menos preparadas para a nova dinâmica, de acordo com a análise do banco.

A chegada do TikTok Shop no Brasil se torna ainda mais estratégica diante da possibilidade de proibição do aplicativo nos Estados Unidos, o que faz do mercado brasileiro um dos focos prioritários da ByteDance, dona da plataforma. O início dos testes no México, previsto para fevereiro, é visto como um sinal de que o lançamento no Brasil pode ocorrer ainda este ano, ampliando a disputa no varejo digital local.

Gustavo Fleming Martins

Informação valiosa, 
no tempo certo

Assine nossa newsletter

Anúncio

Talvez a gente precise de um príncipe não para governar, mas para lembrar que nem toda verdade precisa vestir terno cinza ou vir em relatório da Goldman Sachs. Príncipe Filip,...
A Slate Auto estreou no mercado de veículos elétricos dos Estados Unidos com uma estratégia de produto centrada em acessibilidade, modularidade e custos operacionais reduzidos. Apoiada por investidores como Jeff...
Em meio à retração global dos aportes em venture capital, a Entrypoint surge com uma proposta pragmática para o ecossistema de startups no Brasil. Fundado por Rodrigo Terron (NewHack) e...
A i4sea, startup baiana especializada em inteligência climática, anunciou a captação de uma rodada Seed no valor de R$ 7,5 milhões. O investimento foi liderado pelo Fundo Govtech — gerido...
O grupo francês CMA CGM oficializou a aquisição de aproximadamente 48% do capital da operadora portuária Santos Brasil, passando a deter cerca de 51% da empresa em bases totalmente diluídas....
Em 2005, um vídeo de 19 segundos gravado no zoológico de San Diego deu início a uma revolução digital que, duas décadas depois, movimenta bilhões de dólares. O YouTube, plataforma...