Plataforma aposta em vendedores locais e estratégia de baixo custo inicial
O TikTok Shop, ferramenta de e-commerce integrada à rede social de vídeos curtos, inicia sua operação no Brasil em maio. A plataforma chega ao país sem cobrança inicial de comissão dos vendedores, modelo semelhante ao adotado no México. O objetivo é atrair cerca de mil sellers no lançamento e expandir a participação no comércio eletrônico nacional, segmento que movimentou mais de US$ 34 bilhões nos Estados Unidos em 2024.
O Brasil já é o terceiro maior mercado global do TikTok, com mais de 100 milhões de usuários. Um relatório do Santander aponta que a plataforma pode conquistar até 9% do e-commerce brasileiro em três anos. A entrada antecipada no país reforça o interesse da empresa em ampliar sua atuação na América Latina, seguindo o lançamento no México em fevereiro.
A estrutura logística do TikTok Shop será baseada em parceiros já estabelecidos no Brasil, como Cainiao, J&T Express e Anjun, utilizados por plataformas asiáticas como AliExpress e Shopee. O frete será subsidiado, mas o custo será dividido entre a empresa e os vendedores.
Diferente do modelo chinês, onde o Douyin impulsiona o e-commerce por meio de transmissões ao vivo, o TikTok Shop no Brasil deve priorizar vídeos curtos e vitrines digitais, formatos mais populares entre os consumidores locais. Além disso, a política inicial da empresa no país deve seguir os padrões do México, com 90 dias sem cobrança de comissão, frete grátis e restrições à venda de joias, alimentos e itens usados.
A chegada da plataforma levanta debates sobre o impacto no mercado de e-commerce brasileiro. O Itaú BBA destaca que o Mercado Livre pode ser um dos mais afetados, uma vez que grande parte de seus vendedores pode migrar para o TikTok Shop, caso o modelo se mostre vantajoso. A projeção é de uma crescente sobreposição entre as bases de sellers das duas plataformas, intensificando a concorrência.
O TikTok Brasil, procurado para comentar a operação, não se pronunciou.