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Unidas enfrenta desafios com seminovos e vê oportunidade em diárias

Resultados financeiros destacam impactos e estratégias da locadora

A Unidas registrou crescimento no trimestre, mas a desvalorização de seminovos impactou seus resultados. A empresa reportou um prejuízo de R$ 5 milhões no quarto trimestre, enquanto o lucro anual atingiu R$ 110 milhões, queda de 18% em relação ao ano anterior. O desempenho foi influenciado por um prejuízo de R$ 61 milhões na revenda de veículos.

O CEO Cláudio Zattar afirmou que a depreciação dos ativos foi maior do que o previsto, mas que já há sinais de recuperação no setor. A queda afetou diretamente a depreciação média dos veículos leves, que passou de R$ 6,9 mil para R$ 9,2 mil em um ano, e dos pesados, que foram de R$ 20,7 mil para R$ 26,5 mil.

A receita líquida no quarto trimestre chegou a R$ 1,7 bilhão, crescimento de 12,1% em comparação ao mesmo período de 2023. No consolidado do ano, a receita avançou 22,3%, totalizando R$ 6,7 bilhões.

Entre os segmentos da Unidas, a venda de veículos subiu 13,4%, e a gestão de frotas avançou 30% no trimestre. Já o aluguel de automóveis teve retração de 4% devido à decisão da companhia de reduzir sua atuação junto a motoristas de aplicativos. A participação desse público na frota caiu de 12% para menos de 2%. Segundo Zattar, a mudança foi estratégica, uma vez que esse tipo de contrato apresenta menor rentabilidade.

A empresa também implementou ajustes para otimizar resultados, como a redução na compra de novos veículos, um maior controle da frota e melhorias na gestão operacional. A frota total encerrou o ano com 120 mil carros, alta de 1,9% frente a 2023. Essas iniciativas contribuíram para um crescimento de 18,8% no EBITDA do quarto trimestre, alcançando R$ 628 milhões. No acumulado do ano, o indicador avançou 27,4%, chegando a R$ 2,3 bilhões. A margem EBITDA subiu 4,2 pontos no trimestre, atingindo 65,4%, e 2,5 pontos no ano, alcançando 63,3%.

O retorno sobre capital investido (ROIC) caiu de 14,5% para 12,2% no quarto trimestre, impactado pela maior depreciação da frota. O indicador que mede a diferença entre o ROIC e o custo da dívida após impostos ficou em 3,6%, o menor nível do ano. A alavancagem reduziu ligeiramente de 3,6x para 3,5x, e a empresa pretende diminuir ainda mais esse índice nos próximos trimestres.

Com um plano de melhoria na gestão da frota e revisão de preços, a Unidas já elevou a diária média de locação de R$ 134,80 para R$ 145,50 em um ano. Outra aposta para impulsionar o crescimento está na unidade de carros por assinatura, a Unidas Livre, que atualmente conta com 5,2 mil assinantes e pretende dobrar esse número em 2025. Segundo Zattar, essa linha de negócios apresenta um dos melhores retornos sobre capital investido da companhia.

A companhia não prevê grandes compras de veículos nos próximos dois anos, mesmo com o aumento da idade média da frota, que passou de 11,6 para 13,1 meses. Antes da pandemia, esse indicador girava em torno de 7,5 meses, mas a empresa considera que um retorno a esse patamar demandará mais tempo, especialmente diante dos atuais níveis de juros.

Após quase seis anos na liderança da Unidas, Zattar deixará o cargo de CEO em abril. O atual CFO, Carlos Moreira, assumirá a posição, e Zattar continuará na companhia como vice-chairman. A mudança ocorre no momento em que a Unidas se prepara para um futuro IPO, previsto para 2027.

Gustavo Fleming Martins

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