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White Martins investe em hidrogênio verde e amplia produção industrial

Nova planta em São Paulo fortalece aposta na transição energética

A White Martins inaugurará sua segunda fábrica de hidrogênio verde no Brasil em 2025, ampliando sua capacidade de produção para 800 toneladas anuais. Localizada em Jacareí, no interior de São Paulo, a unidade tem 20% de sua produção comprometida em contrato de longo prazo com a fabricante de vidros Cebrace. O restante será destinado ao mercado, permitindo testar a demanda por essa fonte energética.

A empresa já opera uma planta de hidrogênio verde no país, com capacidade de 156 toneladas por ano. Atualmente, a White Martins é a única fabricante desse insumo no Brasil, mas novos projetos do setor estão previstos nos próximos anos. O CEO Gilney Bastos destacou que o objetivo da nova fábrica é avaliar o interesse da indústria e ajustar a estratégia de precificação.

O hidrogênio verde se diferencia do hidrogênio cinza por não emitir CO₂ durante sua produção e utilizar energia renovável no processo de eletrólise. Seu uso pode beneficiar setores como siderurgia, metalurgia e mineração na redução de emissões. O custo ainda é um desafio, pois o produto é comercializado com um valor entre 15% e 30% superior ao hidrogênio convencional. O contrato fechado com a indústria de vidro prevê um prêmio inferior a 15%, beneficiado pela proximidade de um gasoduto, reduzindo custos logísticos.

O investimento na nova planta faz parte da estratégia de expansão da White Martins. Nos últimos 12 meses, a empresa investiu R$ 350 milhões na construção de quatro fábricas de gases industriais. A maior delas, instalada em Ribas do Rio Pardo (MS), foi construída dentro de uma fabricante de papel e celulose para a produção de oxigênio, com excedente destinado ao mercado. A companhia também instalou novas unidades no Peru e no Chile, ambas dentro de fábricas de vidro, e outra no deserto do Atacama, em uma mineradora a 4.700 metros de altitude.

A White Martins fatura R$ 10 bilhões na América do Sul, sendo R$ 6,5 bilhões no Brasil. O setor industrial responde por 70% dessa receita, com destaque para a siderurgia. O restante vem dos segmentos medicinal e de home care, onde a empresa fornece oxigênio para hospitais. O Brasil ocupa a quinta posição no ranking global da Linde, controladora da White Martins, atrás de Reino Unido, Alemanha, China e Estados Unidos. A Linde tem valor de mercado de US$ 219 bilhões na Nasdaq.

Gustavo Fleming Martins

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