Empresa projeta R$ 26 bilhões até 2026 para ampliar capacidade energética
A Odata, empresa de data centers adquirida pelo grupo americano Aligned em 2022, mantém um plano de investimentos de R$ 26 bilhões até o fim de 2026. O objetivo é alcançar 1,3 gigawatts de capacidade energética em suas operações na América Latina, consolidando sua posição no setor.
Desse total, R$ 14 bilhões já foram alocados para projetos em andamento, enquanto os recursos restantes serão destinados a futuras expansões. A companhia opera no Brasil, México, Chile e Colômbia e compete diretamente com empresas como Ascenty, Equinix e Scala Data Centers.
O modelo de negócio da Odata é baseado no conceito de colocation, fornecendo infraestrutura física para data centers utilizados por grandes empresas de tecnologia e provedores de serviços em nuvem. Entre os clientes estão empresas como Amazon, Google, Meta, Microsoft e Oracle, embora a companhia não revele os contratos por questões de confidencialidade.
A empresa inaugurou recentemente uma nova unidade em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, com um investimento de R$ 2,6 bilhões. A estrutura tem capacidade de TI de 48 megawatts e é o primeiro data center da Odata projetado para suportar sistemas de refrigeração híbridos, adequados para equipamentos utilizados em inteligência artificial.
A tecnologia de resfriamento, denominada Delta³ e desenvolvida pela Aligned, permite maior eficiência energética e suporte para racks de servidores com potência de até 50 kW. Esse diferencial atende à crescente demanda por infraestrutura otimizada para aplicações de IA, impulsionada pelo uso de GPUs de alto desempenho.
Desde sua aquisição pela Aligned, a Odata ampliou seu acesso a capital e fornecedores estratégicos, acelerando sua expansão. A transação, concluída em 2023, foi avaliada em US$ 1,8 bilhão. O modelo de negócios global da Aligned também trouxe sinergias, permitindo à Odata diversificar seu portfólio e ampliar sua base de clientes.
O mercado de data centers segue em expansão diante da demanda crescente por computação em nuvem e inteligência artificial. O CEO da Odata, Ricardo Alário, afirmou que as principais empresas do setor continuam a investir em infraestrutura e que a necessidade de novas instalações deve aumentar nos próximos anos.
A tendência de desenvolvimento de modelos de IA mais eficientes, como os apresentados pela DeepSeek, pode reduzir a demanda por processamento em alguns casos, mas o crescimento das aplicações baseadas em raciocínio computacional mantém a necessidade por data centers de alto desempenho.
A estratégia da Odata se alinha a essa evolução do setor, com investimentos focados na ampliação da capacidade e na adoção de tecnologias que atendam aos requisitos de infraestrutura das principais empresas de tecnologia do mundo.