Projeto da Casa dos Ventos pode alcançar 1,2 GW e gerar 160 mil toneladas anuais
A TotalEnergies estuda importar hidrogênio verde de um projeto desenvolvido pela Casa dos Ventos no nordeste do Brasil. O empreendimento, planejado para o Porto de Pecém, pode atingir 1,2 gigawatts de capacidade de eletrólise e produzir até 160 mil toneladas de hidrogênio verde por ano, além de 900 mil toneladas de amônia verde.
A empresa francesa, que detém 34% da unidade de geração de energia eólica e solar da Casa dos Ventos, considera também uma participação no projeto. Caso avance, o acordo pode contribuir para a substituição de 500 mil toneladas de hidrogênio cinza utilizado pela TotalEnergies em suas refinarias europeias até 2030.
O investimento estimado para o desenvolvimento das plantas de energia renovável e da unidade de produção de hidrogênio verde gira em torno de US$ 5 bilhões. O Brasil busca consolidar sua posição no mercado de hidrogênio de baixo carbono, com incentivos fiscais recém-aprovados e potencial para oferecer um dos custos mais baixos do mundo na produção dessa fonte de energia.
O Porto de Pecém pode se tornar um dos principais polos de exportação do combustível na América do Sul. Empresas como Fortescue também avaliam investimentos na região. A Casa dos Ventos prevê que uma decisão final sobre o projeto seja tomada até 2026, com início das operações em 2029.
A TotalEnergies já garantiu contratos para 130 mil toneladas de hidrogênio verde produzido na Europa e 70 mil toneladas provenientes da Arábia Saudita na forma de amônia verde. A planta saudita em Neom, orçada em US$ 8,4 bilhões, começará a operar em 2026 com capacidade de exportação de 1,2 milhão de toneladas anuais.
O setor enfrenta desafios técnicos e financeiros para viabilizar projetos em larga escala, mas a demanda crescente impulsionada por regulamentações ambientais na União Europeia e a redução de custos podem acelerar a implementação da nova matriz energética.