Empresa supera projeções e acelera expansão com geração de caixa e queda na dívida
A JBS encerrou o exercício de 2024 com a maior receita líquida de sua trajetória, atingindo R$ 417 bilhões. O resultado superou a estimativa divulgada anteriormente, que previa R$ 412 bilhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 39 bilhões, representando um avanço superior a 100% em relação a 2023, quando a companhia reportou R$ 18,3 bilhões nessa linha. O lucro líquido anual ficou em R$ 9,6 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,061 bilhão do ano anterior. A geração de caixa livre somou R$ 13,2 bilhões, sete vezes maior que em 2023, tornando-se a segunda maior da história da empresa.
O desempenho da JBS no quarto trimestre de 2024 contribuiu significativamente para os números consolidados. A receita líquida no período foi de R$ 116,7 bilhões, o Ebitda ajustado alcançou R$ 10,8 bilhões e o lucro líquido foi de R$ 2,4 bilhões. A geração de caixa livre entre outubro e dezembro somou R$ 5,3 bilhões.
A estrutura financeira também apresentou evolução. A relação entre dívida líquida e Ebitda em dólares caiu de 4,42 vezes no fim de 2023 para 1,89 vez no quarto trimestre de 2024. Com esse cenário, a JBS distribuiu R$ 6,6 bilhões em dividendos e investiu R$ 7,7 bilhões em capex ao longo do ano.
Entre as unidades operacionais, a JBS Beef North America registrou receita líquida de R$ 131,3 bilhões em 2024, avanço de 13%, e Ebitda ajustado de R$ 1,4 bilhão, alta de 149%. A Seara atingiu R$ 47,4 bilhões em receita líquida, com crescimento de 15%, e Ebitda ajustado de R$ 8,4 bilhões, expansão de 366%. A margem Ebitda da Seara evoluiu de 6,6% para 19,8% no comparativo trimestral.
Em outra frente, a Pilgrim’s registrou a melhor performance de sua história, com margem operacional passando de 9,8% para 14,7%. Já a operação da JBS Brasil alcançou margem de 7,7%, impulsionada pelo crescimento das vendas de bovinos.
Um dos destaques financeiros da Seara em 2024 foi a emissão de R$ 805 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), incluindo uma série de 30 anos — a mais longa do mercado de capitais brasileiro.
Com os números de 2024 divulgados, o foco agora se volta à dupla listagem das ações da companhia. O acordo recente com o BNDES eliminou um obstáculo relevante nesse processo. A expectativa é que a JBS conclua a listagem na Bolsa de Nova York e na B3 até o fim de 2025, o que poderá destravar valor com a convergência de múltiplos internacionais.