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Gorila encerra aceleração de consultorias e foca na consolidação do mercado

Fintech amplia escopo para capturar demanda de um setor em forte expansão

A fintech Gorila, especializada na consolidação de investimentos para o segmento B2B, decidiu encerrar sua frente de aceleração de consultorias financeiras iniciada em 2021. A empresa passará a concentrar sua operação no desenvolvimento e expansão de sua plataforma tecnológica, voltada à prestação de serviços para esse setor, que mais que dobrou de tamanho nos últimos três anos.

Segundo levantamento da própria Gorila, o número de consultorias registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) cresceu de 203 para 407 entre 2021 e 2024. No mesmo período, o total de consultores autorizados passou de 913 para 1.828, refletindo um crescimento médio de 25% ao ano. Esse avanço vem sendo impulsionado pela migração de profissionais da assessoria para a consultoria independente, modelo com remuneração baseada em taxas (fee based) e atuação sob regime de multicustódia.

A plataforma da Gorila consolida atualmente R$ 250 bilhões em patrimônio financeiro distribuídos em aproximadamente 2 milhões de portfólios monitorados diariamente. A empresa atende 115 instituições e planeja triplicar essa base até o fim de 2025. O foco será o aprimoramento das funcionalidades da plataforma, oferecendo aos consultores maior controle, métricas detalhadas e relatórios automatizados.

Dois nichos têm se destacado no consumo da tecnologia da fintech. O primeiro é composto pelas consultorias “puro sangue”, que atuam exclusivamente como consultores financeiros e já movimentam entre R$ 50 bilhões e R$ 100 bilhões em patrimônio. O segundo é o dos multi family offices, com atuação híbrida e volume estimado entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões. Com o fim do diferimento fiscal em fundos exclusivos, essa segunda categoria passou a demandar ainda mais soluções integradas para gestão e consolidação de ativos.

A movimentação ocorre em um momento em que o mercado de consultorias vive dinâmica semelhante à observada entre os assessores de investimento em 2016, segundo Guilherme Assis, CEO da Gorila. Na visão dele, o segmento caminha para uma consolidação com players mais estruturados, o que exigirá soluções mais robustas de tecnologia e gestão.

No processo de realinhamento estratégico, a Gorila vendeu recentemente sua participação na Vita Investimentos para a Turim. A Vita foi uma das cinco consultorias aceleradas pela fintech desde o início do programa. A empresa informou que não fará novos aportes e buscará ao longo do tempo compradores estratégicos para as demais investidas.

A plataforma da Gorila já permite a consolidação de ativos em diferentes instituições, incluindo investimentos offshore e criptoativos, embora nem todos os processos sejam automatizados. A expectativa da empresa é que o avanço do open finance permita maior integração e eficiência operacional.

No exterior, esse segmento é dominado por poucos players. Um dos principais é a americana Addepar, fundada em 2003. Em 2024, o Itaú firmou parceria com a Addepar para consolidar os patrimônios de clientes no Brasil e no exterior, com exclusividade temporária.

A Gorila busca ocupar esse espaço no mercado nacional. Em duas rodadas realizadas entre 2019 e 2021, a fintech captou US$ 28 milhões com investidores como Ribbit, Monashees, Canary, Iporanga e Apis Partners.

Gustavo Fleming Martins

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