Perspectiva de valorização e menor endividamento reforçam atratividade
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), controlada pelo Grupo Votorantim, voltou ao radar de investidores institucionais após uma nova rodada de recomendações de compra por parte dos grandes bancos. O BTG Pactual se juntou ao Itaú BBA na elevação do status da empresa, citando melhora significativa no perfil financeiro e nas operações. O movimento ocorre em meio à valorização acumulada de 9,51% das ações em 2025, o que levou o valor de mercado da companhia para R$ 3,2 bilhões.
A principal razão apontada para o novo posicionamento é a queda expressiva da alavancagem financeira. Em 2023, a relação entre dívida líquida e Ebitda da empresa era próxima de 10 vezes. Atualmente, está em 2,8 vezes, com projeção de encerrar o ano em 2 vezes. Esse rebalanceamento estrutural tem impacto direto sobre o valuation da CBA, que, segundo os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, do BTG Pactual, ainda não está devidamente precificado.
A recomendação de compra veio acompanhada da revisão do preço-alvo das ações, que passou de R$ 6,50 para R$ 8,00, o que representa um potencial de valorização de 67%. Na visão do BTG, a combinação entre menor endividamento, maior geração de caixa e estabilidade operacional sustenta a revisão positiva.
No campo operacional, a CBA superou os desafios enfrentados em 2023, como os problemas de fornecimento de coque e a queda do preço do alumínio, que girava em torno de US$ 2,2 mil por tonelada. Para este ano, há expectativa de elevação nos preços da commodity, impulsionada por restrições de produção na China e pelo crescimento da demanda ligada à transição energética. Estimativas apontam para uma cotação média de US$ 2.625 por tonelada em 2025 e de US$ 2.700 em 2026.
Além disso, o relatório destaca que a CBA apresenta o maior retorno sobre fluxo de caixa livre (FCF yield) da cobertura do BTG, com 14%, enquanto o restante das empresas analisadas registra entre 10% e 12%. Esse índice é considerado um dos principais indicadores de atratividade financeira para o investidor.
O Itaú BBA, que havia rebaixado a recomendação para neutra em fevereiro, também reviu sua análise após os sinais de recuperação. A equipe formada por Edgard Pinto de Souza, Daniel Sasson, Marcelo Palhares e Bárbara Soares elevou o preço-alvo de R$ 6,50 para R$ 7,00, considerando um Ebitda projetado de R$ 1,6 bilhão para 2025. O novo cenário embute uma alta de 11% sobre a estimativa anterior, com geração robusta de caixa projetada em 13%.
As ações da CBA são atualmente negociadas a um múltiplo EV/Ebitda de 4,5 vezes, abaixo do intervalo entre 5,5 e 6,0 vezes considerado justo pelos analistas. Esse descompasso entre preço de mercado e fundamentos reforça a percepção de oportunidade entre os investidores.