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Cluely cresce com modelo controverso e alcança US$ 3 milhões em receita anual com IA aplicada à trapaça digital

A Cluely, startup liderada por Roy Lee, atingiu uma receita anual de US$ 3 milhões em menos de três meses de operação com uma ferramenta baseada em inteligência artificial que auxilia usuários a obter respostas em tempo real durante entrevistas, provas e outras interações ao vivo. A empresa, que já captou US$ 5 milhões em investimentos, opera exclusivamente via desktop e promete expandir seu portfólio com uso de óculos inteligentes e interfaces neurais.

O projeto surgiu após a suspensão de Lee da Universidade de Columbia em março, quando ele lançou a Interview Coder, versão inicial da Cluely voltada para entrevistas de emprego. A ferramenta foi utilizada pelo próprio criador para se candidatar a vagas em empresas como Meta, Amazon, TikTok e Capital One, recebendo propostas de contratação antes de divulgar o experimento publicamente e ter sua conta no LinkedIn suspensa.

A nova versão do produto utiliza uma janela invisível no navegador, que não pode ser detectada por quem está do outro lado da tela, para oferecer respostas automatizadas. A proposta da Cluely é aplicar essa tecnologia em múltiplos contextos, como reuniões comerciais, avaliações acadêmicas e até interações em aplicativos de relacionamento. Em seu vídeo de lançamento, que ultrapassou 10 milhões de visualizações na rede X, a empresa apresentou seu roadmap com tecnologias vestíveis e implantes cerebrais.

A Cluely se insere em um debate crescente sobre os limites éticos da inteligência artificial. Em resposta ao avanço da startup, já foram desenvolvidas ferramentas específicas para detectar seu uso durante processos seletivos. Ainda assim, o argumento central da empresa — comparando sua tecnologia ao surgimento da calculadora e do Google — provoca discussões sobre o que deve ou não ser considerado “trapaça” em uma era de hiperassistência digital.

A operação da Cluely é acompanhada de perto por universidades, empresas e órgãos reguladores, dado seu impacto potencial em processos seletivos, validação de competências e avaliações de desempenho. O modelo de negócios da startup se baseia em assinaturas mensais e parcerias estratégicas com desenvolvedores de dispositivos compatíveis.

Gustavo Fleming Martins

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