A Azul Linhas Aéreas concluiu sua nova oferta pública primária de ações preferenciais, levantando R$ 1,66 bilhão com a emissão de 464.089.849 papéis a R$ 3,58 cada. A operação eleva o capital social da companhia para R$ 7,13 bilhões, agora dividido em 2,13 bilhões de ações ordinárias e 896 milhões de ações preferenciais. A movimentação é parte central do plano de reestruturação financeira da empresa, que visa reduzir endividamento, melhorar liquidez e alinhar a estrutura de capital às exigências do setor aéreo em um cenário de pressão global por eficiência.
Com parte dos recursos, a Azul planeja equitizar dívidas com vencimentos até 2030. Esses títulos, garantidos pela companhia, serão quitados por meio da conversão em ações, o que reduz passivos financeiros sem comprometer a operação de curto prazo. A reestruturação se insere em um movimento iniciado em 2023, quando a companhia renegociou contratos com credores e lessores para enfrentar os impactos da pandemia e da desaceleração da retomada.
A operação previa uma oferta base de 450,5 milhões de ações, com possibilidade de ampliação para até 697,9 milhões, o que poderia gerar até R$ 4,1 bilhões. No entanto, diante de um ambiente externo mais cauteloso, influenciado por tensões geopolíticas e políticas comerciais dos Estados Unidos, a companhia optou por utilizar apenas parte da tranche adicional. A decisão preserva o valor dos papéis e evita diluição excessiva.
Como parte do incentivo ao investidor, a Azul emitiu bônus de subscrição gratuitos, com validade entre 15 de novembro e 15 de dezembro de 2026. Cada ação adquirida garante um bônus com direito de compra futura, oferecendo aos acionistas uma opção estratégica de reinvestimento. Foram emitidos 13,5 milhões de bônus livres e outros 450,5 milhões vinculados a ações que serão utilizadas para a quitação de dívidas — estes últimos serão cancelados na data de emissão.
O follow-on consolida o movimento da Azul para reorganizar sua estrutura acionária e financeira, diante de um mercado ainda volátil. A empresa, que encerrou 2024 com prejuízo líquido ajustado e alavancagem elevada, agora se apoia em uma base de capital ampliada para enfrentar um setor que exige liquidez, competitividade e margens operacionais mais robustas.