Sempre estive envolvido com comunicação e inovação. Mas a história da THE LED, e a minha com o retail media – uma forma de publicidade onde os varejistas vendem espaços publicitários dentro da sua própria rede para outras empresas, começou de um jeito bem diferente do que vemos hoje.
Quando criei a empresa, há quase 15 anos, o mercado de LED era basicamente artístico. Nossos primeiros projetos envolviam grandes shows de nomes como Claudia Leitte, Chitãozinho & Xororó, entre muitos outros. Os telões eram vistos como parte de cenários de espetáculo.
Agora, esses mesmos painéis estão presentes no dia a dia: em lojas, farmácias, postos de gasolina, supermercados. Essa mudança reflete não só a evolução da tecnologia, mas também uma mudança de mentalidade. E foi acompanhando esse movimento que começamos a olhar para o ponto de venda com outros olhos.
O varejo físico, que por muito tempo teve papel passivo na comunicação das marcas, começou a se tornar protagonista. E foi aí que o conceito de retail media passou a fazer muito sentido para mim: transformar o PDV em um canal ativo, estratégico e relevante dentro da jornada do consumidor.
Na THE LED, mergulhamos de cabeça nessa transição. E o que tenho visto é que o impacto vai muito além do visual. Dados internos mostram que painéis estrategicamente posicionados, e com conteúdos pensados para o momento certo, podem apresentar um aumento de 32% nas vendas. Mais que isso, 68% dos consumidores afirmam que a sinalização digital influencia diretamente suas decisões de compra.
O que torna o retail media tão poderoso é o timing. A comunicação acontece na hora da escolha, com contexto e intenção. E o mais interessante é que essa nova mídia no ambiente físico pode ser tratada com a mesma lógica do digital: segmentação, personalização e performance.
Muita gente ainda enxerga essa transformação como algo distante ou complicado. Mas, na prática, ela pode começar de forma simples e já mostrar resultado. O maior desafio nem sempre está na tecnologia, e sim na forma como o ponto de venda é encarado. Ele não é apenas o lugar onde a compra acontece, mas também um espaço de influência, onde a comunicação pode gerar conexão real com o consumidor.
Acredito que a publicidade que funciona hoje é aquela que entrega valor real, na hora certa e no lugar certo. E o chão da loja tem tudo para ser esse lugar. É onde o consumidor está presente, atento e pronto para decidir. É onde a comunicação pode ser mais humana, direta e eficaz.
Ver essa evolução de perto e poder participar ativamente dela, tem sido uma das jornadas mais interessantes da minha vida profissional. E tudo começou lá atrás, nos palcos. Hoje, a realidade é outra, mas a missão continua a mesma, que é de conectar pessoas por meio de experiências que fazem sentido.