Robôs solares fazem o combate às ervas daninhas com IA na Califórnia e prometem chegar ao Brasil a partir de 2027
A startup americana Aigen, criada por ex-Tesla, está redefinindo o futuro do agro com seu robô Element, que usa energia solar, câmeras e braços mecânicos para “capinar” ervas daninhas em lavouras de forma totalmente autônoma. Um dos primeiros testes foi realizado nas plantações orgânicas da Bowles Farming, na Califórnia, onde os robôs eliminaram plantas invasoras em meio ao algodão, sem usar químicos e sem depender de mão de obra intensiva.
A evolução da segunda geração do Element chama atenção: 50% mais potência, painel solar de 350 W, três braços inteligentes e câmeras com detecção de profundidade, melhorias implementadas após 10 000 horas de experiência em campo. Hoje, um robô custa US$ 50 000, com 35 unidades já vendidas para produção ainda limitada, mas com meta de 100 até 2026 e planos de chegar ao Brasil em 2027, começando pela soja.
O diferencial da Aigen foi reconhecido pela Amazon Web Services, que, via o programa Compute for Climate Fellowship, concedeu créditos em nuvem, apoio técnico e visibilidade global. Esses recursos aceleraram o treinamento dos modelos de IA em até 30 vezes, permitindo expansão rápida para novas culturas, beterraba, tomate, soja, e adaptação localizada .
Mais que reduzir insumos, o Element gera dados para tomada de decisão e impulsiona a saúde dos consumidores: o uso intensivo de agroquímicos está ligado a riscos como diabetes e câncer, segundo os fundadores Richard Wurden (CTO, ex-Tesla) e Kenny Lee (CEO). O modelo de negócio combina venda direta e aluguel como serviço, visando tornar-se mais barato que pesticidas em até dois anos, de fato, com o objetivo de operar 40 robôs por profissional .
Para o mercado brasileiro, há interesse claro: embora a expansão ao Brasil dependa ainda da consolidação dos testes nos EUA, Wurden afirma que “com certeza” o país está no roteiro da Aigen, aproveitando suas duas safras anuais.