A Prada mostrou como uma marca centenária pode se reinventar com inovação sem abrir mão da essência de luxo, especialmente com o lançamento do Paradoxe Virtual Flower. Esse perfume é mais do que uma fragrância: é uma demonstração clara do poder da inteligência artificial unida à tradição de excelência. Bora entender esse case incrível?
IA na criação de fragrâncias
Pela primeira vez na história, a Prada e a gigante Givaudan usaram IA para criar um perfume. A máquina simulou o momento exato em que o jasmim floresce — algo impossível de capturar com métodos tradicionais de perfumaria. O resultado? O Paradoxe Virtual Flower é uma fragrância floral musky leve, que combina notas frescas de bergamota com um coração de jasmim e neroli, apoiados por base de musk e ambrette.
Foi lançado em 2024 e vem em frasco refill sustentável, reforçando o compromisso da Prada com inovação e sustentabilidade.
Configurador 3D nos sapatos America’s Cup
A Prada também aplicou tecnologia de ponta em seu calçado. No modelo America’s Cup, foi criado um “gêmeo digital” que permite personalização completa — são mais de 50 milhões de configurações possíveis. Isso demonstra como a marca combina exclusividade e experiência digital interativa, mantendo o ar premium sem abrir mão da personalização.
Diversidade embutida
Sem deixar de lado temas sociais relevantes, a campanha do Virtual Flower contou com a participação da iniciativa Afroluxo, promovendo diversidade dentro do universo de luxo. É uma mensagem poderosa: tecnologia, luxo e inclusão podem (e devem) andar juntos.
Resultados financeiros que impressionam
Abaixo o desempenho da Prada em 2024:
• Receita líquida: €5,4 bilhões, crescimento de 17% ano por ano.
• Lucro líquido: €839 milhões, alta de 25% comparado a 2023.
• Margem EBIT: €1,28 bilhão, ou 23,6% de margem operacional.
• Miu Miu: crescimento orgânico absurdo de 93% em vendas no varejo, batendo recordes, de €649 milhões para €1,22 bilhão.
• Caixa líquido: posição financeira positiva de €600 milhões.
Ou seja: a Prada surfou uma onda de crescimento mesmo em meio a desacelerações no mercado global de luxo — provando que inovação empregada com inteligência traz resultados reais.
O que isso ensina para o empresário brasileiro
1. Tradição pode se misturar com tecnologia
Uma marca com mais de 100 anos pode inovar de forma disruptiva. A IA trouxe algo exclusivo para a perfumaria tradicional — e deu frutos.
2. Experiência de produto como diferencial
O configurador 3D do sapato e o frasco refill mostram que experiência e susten-tabilidade criam desejo — e viralizam.
3. Inclusão é luxo real
Aliar tecnologia a iniciativas como Afroluxo aproxima a marca de públicos importantes, gerando identificação genuína.
4. Performance financeira come solta
Crescer quase 20% em receita e 25% em lucro, mantendo margem acima de 23%, é o sonho de qualquer CEO.
5. Submarca que impulsiona o grupo
Miu Miu cresceu 93% e virou motor de lucro e relevância para todo o grupo. Submarcas fortes fortalecem o portfólio.
A Prada provou que luxo e inteligência artificial fazem um match perfeito. Essa mistura deu vida a um perfume surpreendente, Paradoxe Virtual Flower, e mostrou que data, tecnologia e design podem coabitar com tradição. Em paralelo, a engine incrível do configurador dos sapatos reforçou o DNA inventor da marca, com infinitas possibilidades de customização.
No fim das contas, essa jogada tecnológica não ficou apenas bonita no discurso — veio com números pesados: €5,4 bilhões em receita, €839 milhões de lucro e Miu Miu crescendo 93%. E o caixa, ainda gordo com €600 milhões, prepara terreno para novos investimentos — inclusive a recente aquisição da Versace por €1,25 bilhão.
Para o empresário brasileiro, o recado é claro: inovação disruptiva não é privilégio de mercado tech. Pode (e deve) salvar marcas tradicionais, criar novos produtos desejados e entregar resultados impressionantes. Tecnologia e dados não competem com essência — eles a amplificam.