A Figma, plataforma de design colaborativo em nuvem, movimentou US$ 1,2 bilhão em sua oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Nova York, após elevar a faixa de preço de suas ações de US$ 25 para US$ 33. A mudança reflete a forte demanda de investidores e coloca o valuation estimado da empresa em US$ 19,3 bilhões, muito próximo dos US$ 20 bilhões oferecidos pela Adobe em 2022, em uma transação frustrada por questões regulatórias no Reino Unido. A listagem chega em um momento de expansão expressiva da empresa, que encerrou 2024 com US$ 749 milhões em receita anual, crescimento de 46% em relação ao ano anterior, e margem bruta de 91%.
No primeiro trimestre de 2025, a receita atingiu US$ 228,2 milhões, enquanto o lucro líquido triplicou no mesmo período. Esses números foram determinantes para a antecipação do apetite do mercado, com cerca de 95% das ações vendidas em menos de 24 horas. A oferta sinaliza uma retomada do interesse por IPOs de empresas de tecnologia nos EUA, especialmente aquelas que atuam com soluções SaaS, AI e colaboração em escala.
A base global de usuários também tem papel relevante na consolidação da Figma como referência em design digital. O Brasil, em particular, destaca-se como mercado estratégico. Nos últimos 12 meses, foram criados 5,5 milhões de arquivos por usuários brasileiros, com média diária de 85 mil edições. Grandes empresas locais como Nubank, Mercado Livre, Itaú Unibanco e BTG Pactual estão entre os principais clientes corporativos, com mais de um terço das companhias listadas no Ibovespa utilizando a plataforma em seus fluxos de trabalho de design e produto.
A capacidade da Figma de transformar o design em um processo colaborativo e assíncrono tem atraído tanto desenvolvedores quanto executivos de produto. A plataforma se posiciona como uma infraestrutura crítica em ciclos de desenvolvimento ágil, atuando em um mercado que já ultrapassa US$ 10 bilhões em soluções de design digital, com crescimento projetado de dois dígitos anuais até 2028.
Ao combinar forte tração comercial, margens operacionais consistentes e base global em expansão, a Figma entra no mercado público com vantagem competitiva frente a rivais tradicionais e reforça seu papel como infraestrutura essencial para a economia digital.