Tem algo acontecendo em Dubai que vai além do concreto, do vidro espelhado e do excesso de zeros nas plantas. Lá, a arquitetura ganhou nome, sobrenome e personalidade. Não basta mais viver com vista para o mar, é preciso que essa vista venha assinada. O endereço importa, mas quem o chancela importa ainda mais.
As branded residences deixaram de ser promessa para se tornarem um novo idioma no mercado imobiliário global. Morar, hoje, é também investir, projetar, colecionar experiências, e tudo isso dentro de uma marca que entrega mais do que paredes. Entrega pertencimento.
Segundo a Global Branded Residences (GBR), mais de 13 mil unidades residenciais com marca foram negociadas em Dubai em 2024. Um salto de 43% em relação ao ano anterior. A cidade já soma mais de 140 projetos concluídos ou em construção, com nomes como Armani, Bulgari, Dorchester, Ritz-Carlton e agora também Hilton, Biltmore e Arthouse.
Nada disso é por acaso. Dubai abriga hoje mais de 81 mil milionários, incluindo 237 centimilionários e 20 bilionários. E esse público, que cresce num ritmo de 30% até 2028, busca mais do que luxo. Busca significado, consistência, conveniência. E, claro, valorização.
É nessa esteira que surge o DoubleTree by Hilton Residences, um projeto estimado em cerca de US$ 135 milhões, localizado em Jumeirah Garden City. A iniciativa nasce da parceria entre a gigante Hilton e a WestF5, união estratégica entre a West Zone Group e a Fortune 5. O local é simbólico entre a praia e o centro financeiro, com acesso rápido a tudo o que define a vida em Dubai. Mais do que localização, o projeto aposta em comunidade, serviço e longevidade.
“Estamos falando de um novo tipo de viver”, comenta Dan Wakeling, Vice-presidente da Hilton. “A marca traz consigo a hospitalidade como extensão da residência. E isso é uma nova forma de pensar a casa.”
E essa nova forma não se limita a Dubai. Em Ras Al Khaimah, o próximo hotspot dos Emirados Árabes, o Arthouse Hotel escolheu as Ilhas Al Marjan para lançar sua primeira branded residence fora dos Estados Unidos. Com investimento de cerca de US$ 108 milhões, o projeto da Clédor promete ser uma ode à convivência entre arte, arquitetura e hospitalidade.
“Escolhemos Al Marjan porque ela já é, por natureza, uma ilha de experiências. Agora, será também um endereço de colecionadores de sensações”, afirma Karim El Aqabi, porta-voz da Arthouse.
Vale lembrar que a Clédor tem um pipeline de projetos na região estimado em mais de US$ 567 milhões, reafirmando o apetite global por residências com propósito e design.
E há mais. A Biltmore Residences, marca do grupo Millennium Hotels & Resorts, fincou sua bandeira em Al Sufouh, região nobre de Dubai. O projeto impressiona com seus 44 andares de elegância funcional, e a Atmosphere Collection, uma série limitada de 12 coberturas com vista para Palm Jumeirah e Burj Khalifa, já é objeto de desejo e escassez. Com previsão de entrega para 2026, 65% das unidades já foram vendidas.
Cada uma dessas residências não vende apenas um espaço, vende uma narrativa. O investidor de alto padrão hoje não quer só rentabilidade, ele quer simbologia, reputação, prestígio. O ativo precisa ser tangível e intangível ao mesmo tempo. Precisa ter valor, mas precisa também contar uma história.
E essa história está sendo escrita com design, curadoria, serviço e experiência. Quando a marca entra, o metro quadrado se transforma. E o estilo de vida deixa de ser uma escolha estética para virar uma tese de investimento.