Um cancelamento que nunca existiu
Nas últimas semanas, imagens de Miley Cyrus com sobrancelhas raspadas, olhos fundos e proporções faciais distorcidas viralizaram nas redes sociais. Rapidamente, acreditou-se que se tratava de uma ousada campanha da Gucci. A polêmica cresceu, as críticas explodiram, mas havia um detalhe crucial: aquela campanha nunca existiu.
As fotos eram criações de inteligência artificial, manipuladas para simular tendências bizarras de beleza e alimentar especulações sobre cirurgias e medicamentos para emagrecimento. Milhares de pessoas compartilharam o conteúdo sem verificar sua veracidade.
A fronteira invisível da realidade
O episódio expõe um dilema urgente: a linha entre o real e a manipulação digital ficou tão tênue que até um rosto globalmente reconhecido pode ser sequestrado em segundos por algoritmos de IA.
Não se trata apenas de uma questão estética ou midiática. Quando não sabemos mais distinguir o que é real, todo o ecossistema de moda, mídia e cultura sofre risco de colapso em sua credibilidade.
A pergunta que fica
A inteligência artificial é, sem dúvida, uma ferramenta poderosa, capaz de criar, agilizar e democratizar processos. Mas também carrega riscos que não podem ser ignorados.
E então, na era da IA, diante de imagens perfeitas, campanhas virais e informações instantâneas, surge a questão inevitável: ainda podemos acreditar no que vemos?