Há um mapa invisível dentro da cabeça de cada um. Não é de papel, não tem escala, nem bússola. É o que nos guia quando abrimos um aplicativo, pegamos um talher ou tentamos entender alguém. É o nosso modelo mental, essa maquete silenciosa da realidade que cada um constrói com o que viveu, aprendeu e intuiu.
O problema é que o mundo muda mais rápido do que o cérebro atualiza seus mapas. E aí o que antes fazia sentido passa a travar, confundir, irritar. O botão não está onde devia, a mensagem não chega, o cliente não entende, o colaborador desiste. O design, quando ignora o mapa das pessoas, vira labirinto.
Pensar é simular o mundo na mente. Projetar é conversar com o usuário por meio do produto. Bonito isso, né? Mas o que acontece é que muita gente fala e pouca ouve. É por isso que há sites que parecem gritar, marcas que parecem mendigar atenção e interfaces que parecem sabotar quem as usa.
Um bom design é quando o mapa do usuário e o mapa do criador se encaixam como se tivessem nascido juntos. Quando o sistema fala a mesma língua de quem o toca. Quando a tecnologia deixa de ser fria e passa a ser quase intuitiva, quase humana.
Modelos mentais não são teoria, são empatia aplicada. É olhar o outro e perceber que o jeito como ele vê o mundo não é bug, é contexto. E o papel do designer, do empresário, do comunicador, é entender essa lógica invisível.
Todo negócio é isso, Marco. Um grande exercício de tradução entre o que o mundo quer e o que a gente acha que ele entende. O segredo está no meio do caminho, entre o mapa e o território. E quem aprende a navegar por essa fronteira não projeta só produtos, projeta entendimento.
“Modelos mentais não são teoria, são empatia aplicada.”