A NVIDIA avalia a possibilidade de liberar parte de sua linha de chips para exportação à China, conforme a evolução tecnológica reduza a diferença entre os modelos topo de linha e versões anteriores. A previsão foi feita por Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, indicando que processadores hoje restritos, como os da série Blackwell, poderão entrar no mercado chinês quando estiverem de dois a três níveis abaixo da geração mais avançada. Em 2024, a empresa registrou receita global de aproximadamente R$1,9 trilhão, sendo 78% proveniente de data centers e IA, áreas mais afetadas por restrições comerciais.
A sinalização reacende a discussão sobre equilíbrio entre segurança e competitividade no setor de semicondutores. O mercado chinês representa cerca de 20% do faturamento indireto da NVIDIA por meio de parceiros de distribuição e nuvem. Com a flexibilização gradual, estima-se que a companhia possa recuperar até R$140 bilhões em receitas anuais, hoje bloqueadas por controles de exportação. O movimento é visto por analistas como um ajuste natural diante da corrida global por capacidade computacional.
A possível reabertura do fluxo comercial com a China ocorre em meio à desaceleração nas remessas de chips de alto desempenho nos EUA e na Europa, que cresceram 12% no terceiro trimestre contra 33% no mesmo período de 2024. Caso as novas licenças sejam autorizadas até 2026, a NVIDIA tende a ampliar em 8% sua participação no mercado global de aceleradores de IA, consolidando liderança sobre a AMD e a Intel em segmentos corporativos e de nuvem pública.