O Web Summit Lisboa 2025 abriu com uma mensagem que ficou ressoando nos corredores da Altice Arena… um futuro mais brilhante não nasce por acaso, ele é construído por pequenas ações em escala, por pessoas que decidem agir, criar e desafiar o óbvio. E talvez nenhuma conversa simbolize melhor esse espírito do que o painel Smarter Plays: How AI is Changing the Game. (Jogadas mais inteligentes… como a inteligência artificial está mudando o jogo.)
No palco, três mulheres de trajetórias distintas, mas com a mesma lucidez sobre o tempo em que vivemos. Maria Sharapova, lenda do tênis, campeã mundial, empreendedora e autora best-seller do New York Times, que transformou o jogo em marca e a disciplina em arte. Sarah Meron, Chief Corporate Affairs & Brand Officer da IBM, responsável por conectar tecnologia, comunicação e propósito dentro de uma das maiores empresas do planeta. E Jessica Sibley, CEO da TIME, que comanda uma das marcas de mídia mais icônicas do mundo, alcançando mais de 120 milhões de pessoas em plataformas digitais.
Há quem pense que o esporte se ganha em quadra, mas a verdade é que o novo campo está nos dados. Os algoritmos estão redefinindo o que é instinto, e talvez, pela primeira vez, o talento humano tenha um parceiro que não dorme, não erra e aprende mais rápido do que qualquer técnico.
Sharapova contou que, no auge da carreira, seu treinador gastava horas editando vídeos e analisando padrões. Hoje, a IBM faz isso em minutos. O que antes era intuição, agora é informação processada em tempo real. E o mais fascinante não é a eficiência, mas o impacto silencioso disso na própria natureza do jogo.
Quando o atleta sabe mais, reage melhor. Quando o fã entende mais, se conecta de outro jeito. A arquibancada já não é só um coro de torcedores, é um ecossistema de dados que vibra em sincronia com o atleta. É o início de uma era em que o esporte deixa de ser apenas competição para se tornar uma experiência compartilhada e personalizada.
Sarah Meron destacou que os torcedores querem AI em suas experiências, mesmo sem perceber. Querem contexto, emoção e estatísticas ao mesmo tempo. E é nesse cruzamento que a inteligência artificial encontra sua verdadeira vocação… não substituir o humano, mas amplificá-lo.
Sharapova foi direta… quanto mais dados, melhores os instintos. A frase carrega uma revolução. O futuro do desempenho não será medido apenas por força e velocidade, mas por capacidade de aprender e ajustar. A intuição, antes uma arte quase mística, agora é uma ciência alimentada por milhões de combinações possíveis.
O mesmo vale para os negócios, para a comunicação, para a vida. Estamos todos jogando um jogo maior do que aquele que parece. A AI é o novo técnico invisível, desenhando estratégias, prevendo movimentos, prolongando carreiras e criando novas formas de vencer.
No fim do painel, Jessica Sibley encerrou com um lembrete que soou quase como um antídoto à era digital… por mais que falemos de tecnologia, nada substitui o poder de estar junto. É ali, no encontro, que o jogo se reinventa.
Lisboa vibrou como um estádio, onde o futuro entrou em campo a cada ideia. E a plateia, como uma torcida global, percebeu que o verdadeiro placar não mede quem ganha o jogo… mas quem aprende com ele.