O que é beleza num mundo de algoritmos?
Talvez não seja mais o tecido mais caro, o corte perfeito ou o desfile mais luxuoso. Beleza, hoje, é inteligência. É entender o que o mundo precisa vestir antes mesmo que ele perceba. É a harmonia entre dados e propósito, design e sustentabilidade, eficiência e emoção.
Foi com esse espírito que nasceu o Evolve Summit, iniciativa da Kornit Digital que reuniu líderes, criadores e executivos de todo o planeta para discutir a reinvenção da indústria têxtil e de moda. Um encontro que vai além da tecnologia é um convite para pensar o futuro da criação e do consumo com outro olhar.
Durante décadas, o progresso da moda foi medido por produção em massa e estoques abarrotados. Hoje, ele é medido por consciência e precisão. Produzir apenas o que vende. Criar apenas o que faz sentido. A inteligência artificial e a automação deixaram de ser conceitos futuristas e se tornaram ferramentas práticas para repensar cada etapa da cadeia produtiva.
No palco do evento, o CEO da Kornit, Ronen Samuel, foi direto: “Liderar a reinvenção dos têxteis não é sobre máquinas, é sobre significado.” Essa frase resume o novo paradigma. A tecnologia não é o fim é o meio para liberar o criador de tarefas repetitivas e permitir que ele volte a fazer o que sempre moveu a moda: imaginar.
A programação do Summit refletiu essa transição de era. Da discussão sobre tarifas e sustentabilidade à conversa sobre M&A e automação, tudo apontava para uma nova fórmula de competitividade. Uma equação em que propósito, velocidade e personalização precisam coexistir.
No painel “A Revolução da IA”, David Rosendahl, da MindFire, desmontou o mito do medo. “A IA não substitui o talento, ela amplia o alcance de quem sabe usá-la.” Essa visão resume o espírito do evento, menos paranoia tecnológica, mais protagonismo humano. O desafio não é sobreviver à automação, é comandá-la com criatividade.
Outro ponto forte foi o conceito de Kornit Konnections, uma comunidade global criada para unir marcas, criadores e parceiros em torno de aprendizado contínuo e inovação compartilhada. Mais que um hub de networking, é uma rede que costura um novo tipo de cadeia têxtil — mais inteligente, mais ágil e mais sustentável.
O pano de fundo dessa revolução é a sustentabilidade. E ela deixou de ser discurso para se tornar métrica. A produção sob demanda reduz estoques e emissões, elimina o desperdício e devolve à moda o direito de ser bela sem ser destrutiva. É um reencontro entre estética e ética.
O Evolve Summit mostrou que a moda do futuro não pertence aos que produzem rápido, mas aos que produzem com sentido. A tecnologia é o tear, mas o fio é humano. É o desejo de criar algo que dure, emocione e respeite o planeta.
A Kornit Digital, nesse contexto, não se posiciona como fabricante de máquinas, mas como catalisadora de um novo movimento global — onde dados e propósito caminham juntos, e a beleza volta a ser aquilo que transforma.
O mundo está mudando, e a moda, mais uma vez, é o espelho dessa mudança. Só que agora, quem dita o ritmo não é o calendário das coleções, mas a velocidade dos insights. O que vale é a capacidade de conectar arte, ciência e sensibilidade num mesmo tecido.
O novo luxo não é exclusividade. É consciência. O novo design não é estética. É inteligência.
E o novo belo… é ser relevante