A Brava Energia concluiu a venda de 50% de sua operação de gás natural na Bacia Potiguar, Rio Grande do Norte, para a PetroReconcavo. A transação, avaliada em US$ 65 milhões, será paga em duas etapas: 35% no momento da assinatura dos acordos e o restante no fechamento, após cumprimento de condições precedentes. O montante supera a expectativa inicial de US$ 40 milhões para o ativo, conforme fontes próximas à negociação.
A venda faz parte da estratégia de desinvestimento da Brava Energia, formada pela fusão entre 3R e Enauta, com o objetivo de reduzir sua alavancagem financeira, atualmente em 3,7 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda. A operação busca aliviar o impacto de pesadas despesas financeiras acumuladas pela companhia após a fusão.
Em comunicado, a PetroReconcavo destacou que o acordo fortalece sua parceria estratégica com a Brava e avança no plano de resiliência e eficiência operacional da empresa. Além disso, a Brava contratou o Itaú BBA para assessoria em potenciais transações envolvendo parceria ou venda de ativos, com foco nos campos onshore.
A companhia avalia propostas para esses ativos, cujo valor total de mercado pode atingir entre US$ 1,4 bilhão e US$ 1,5 bilhão, segundo estimativas do Santander. A venda desses ativos permitirá reduzir a alavancagem da Brava para 0,8 vez. A operação considera a viabilidade econômica dos campos, que dependem de preços de petróleo Brent acima de US$ 60 por barril, faixa que tem sido superada nos últimos três anos.
Além da venda à PetroReconcavo, a Brava assinou exclusividade com Azevedo e Travassos e Petro-Victory Energy para negociar 11 concessões na Bacia Potiguar, com produção média diária de 250 barris de óleo equivalente.
As ações da Brava (BRAV3) acumulam perda de 23,9% no ano, com valor de mercado de R$ 9,3 bilhões. Já a PetroReconcavo (RECV3) registra queda de 25,1%, avaliada em R$ 4,6 bilhões.