Compartilhe com sua comunidades

Cloudflare: A tecnologia por trás da evasão do bloqueio judicial do X no Brasil

A Cloudflare, empresa de tecnologia dos Estados Unidos, tornou-se um ponto de atenção no Brasil após ser associada ao descumprimento do bloqueio judicial da rede social X (antigo Twitter), que foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Fundada em 2009 por Matthew Prince, Michelle Zatlyn e Lee Holloway, a empresa oferece soluções que permitem navegação mais eficiente e segura, servindo como intermediária entre servidores e usuários, o que inclui a distribuição de conteúdo e a segurança de dados por meio de sua infraestrutura global.

A recente controvérsia começou após uma atualização automática do aplicativo X, que passou a operar utilizando endereços IP vinculados à Cloudflare. A principal característica dessa tecnologia é a mudança constante dos IPs, o que dificulta o bloqueio, uma vez que muitos desses endereços são compartilhados com outros serviços essenciais, como bancos e plataformas de internet. Segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), bloquear a Cloudflare poderia gerar efeitos colaterais significativos para outros serviços.

A Cloudflare opera uma rede de 330 data centers em mais de 12 países, garantindo conectividade e proteção para grandes empresas globais como Facebook, Netflix e Amazon. A empresa afirma que cerca de 30% das companhias presentes na Fortune 1000 utilizam sua Content Delivery Network (CDN) para reduzir o tempo de carregamento de sites e melhorar a segurança das transações online. No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está em processo de bloquear novamente o acesso à rede X e já notificou a Cloudflare para colaborar nesse processo.

O uso da infraestrutura da Cloudflare permitiu que a rede X continuasse acessível para alguns usuários brasileiros, mesmo após a decisão judicial de agosto de 2024 que determinou a suspensão da plataforma no país. A medida veio após o bilionário Elon Musk, dono do X, encerrar o escritório da rede no Brasil e demitir representantes legais. A reativação temporária do serviço gerou uma resposta rápida da Anatel, que prometeu novas ações para garantir o cumprimento da ordem judicial.

Além da multa diária de R$ 5 milhões imposta ao X pelo STF, a Cloudflare agora está no centro da discussão sobre a viabilidade de bloqueios mais amplos, já que a tecnologia empregada pela empresa também é usada por vários outros serviços críticos para o funcionamento da internet. A situação destaca os desafios regulatórios e técnicos envolvidos no controle de grandes redes de dados globais.

Gustavo Fleming Martins

Informação valiosa, 
no tempo certo

Assine nossa newsletter

Anúncio

Em um movimento estratégico que reafirma sua confiança no potencial de Miami, o Simon Property Group, maior REIT (fundo de investimento imobiliário) focado em shoppings centers nos EUA, anunciou a...
Em um dos maiores movimentos recentes do mercado imobiliário brasileiro, a RBR Asset vendeu todo o seu portfólio de logística para a XP Asset por R$ 1,15 bilhão. O negócio...
O Santander está dobrando sua aposta no mercado de altíssimo padrão. Após atingir R$ 300 bilhões sob custódia, o banco espanhol quer capturar um novo perfil de cliente: o ultra...
Com a televisão conectada se tornando o novo “campo de batalha” digital, TikTok e Instagram se preparam para um movimento ousado: conquistar a principal tela da casa. Após dominarem os...
Eu já chorei escutando Alcione Albanesi. Chorei e não larguei o lápis, como quem precisa continuar desenhando uma história viva enquanto ela passa diante dos olhos. Porque quem escuta Alcione,...