Projeto em Borborema (RN) pode dobrar produção com mudança na BR-226
A Aura Minerals, mineradora canadense, prepara a expansão de sua operação em Borborema, no Rio Grande do Norte, com previsão de início no primeiro trimestre de 2025. A mina, situada em uma área de 29 km², já possui viabilidade para produzir 815 mil onças de ouro ao longo de 10 anos, com um investimento de US$ 188 milhões. Contudo, um trecho da BR-226, localizado em Currais Novos (RN), impede o acesso a um depósito adicional que pode dobrar a capacidade da operação para 1,6 milhão de onças.
A mineradora está em negociação com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para a realocação de 6 quilômetros da rodovia. O investimento necessário para o desvio do trecho está estimado entre US$ 6 milhões e US$ 8 milhões, e a obra deve levar três anos após a aprovação, prevista para 2025. Se liberada, a capacidade de processamento anual será ampliada de 2 milhões para 3,5 milhões de toneladas de minério.
O projeto Borborema representa um dos maiores investimentos recentes da Aura Minerals, com US$ 90 milhões restantes a serem aportados na primeira fase. A operação é considerada sustentável, utilizando energia renovável e água de reuso em parceria com o governo do estado. A mineradora prevê que, com Borborema em pleno funcionamento, o Brasil responderá por 50% do faturamento global, ante os atuais 33%.
A Aura Minerals, listada na B3 e na Bolsa de Toronto, tem um valor de mercado de R$ 5,6 bilhões. A receita líquida no terceiro trimestre de 2024 foi de US$ 156,17 milhões, um crescimento de 41% em relação ao ano anterior. De janeiro a setembro, a receita acumulada foi de US$ 422,64 milhões, um aumento de 44% sobre o mesmo período de 2023. A produção no ano deve alcançar 269 mil onças, em linha com o guidance divulgado.
Além de Borborema, a mineradora planeja iniciar o projeto Matupá, no Mato Grosso, e concluir o desenvolvimento de uma nova mina na Guatemala, que poderá agregar até 250 mil onças anuais.
O preço do ouro, cotado em torno de US$ 2.670 por onça-troy, tem apresentado alta superior a 30% em 2024, impulsionado por tensões geopolíticas e pela venda de reservas em dólar por países como a China.