A Azul, avaliada atualmente em R$ 1,4 bilhão, anunciou um plano estratégico de reestruturação financeira com foco na troca de dívidas e na emissão de novas notas no valor de R$ 500 milhões. As medidas visam otimizar a estrutura financeira da companhia, reduzindo cláusulas restritivas, convertendo dívidas em ações preferenciais e ampliando a flexibilidade operacional.
O plano inclui ofertas para troca de notas seniores garantidas, com vencimentos em 2028, 2029 e 2030, por novas emissões que mantêm as condições de vencimento e juros. Notas seniores com juros de 11,93%, por exemplo, poderão ser substituídas por novas notas com os mesmos termos. A companhia também busca eliminar cláusulas contratuais que possam restringir operações e garantir maior flexibilidade para o pagamento das obrigações.
Para que as trocas de dívida sejam concretizadas, a Azul precisa da adesão de pelo menos 66,67% do valor principal das séries existentes e 95% das “notas 2L”. As operações incluem a emissão de novas ações em três fases, previstas para começar até abril de 2025. A oferta está aberta aos credores até 15 de janeiro de 2025, com prazo antecipado até 7 de janeiro.
Além da reestruturação das dívidas, a Azul firmou um acordo com credores para emitir até US$ 500 milhões em notas superprioritárias, com vencimento em 2030. Desses recursos, US$ 157,5 milhões serão utilizados para pagamento antecipado de dívidas-ponte, enquanto US$ 100 milhões estarão disponíveis mediante o cumprimento de condições específicas. O objetivo dessa captação é reforçar o caixa da companhia e garantir maior estabilidade financeira.
A Azul enfrenta desafios expressivos no mercado, com suas ações acumulando uma queda de 72% em 2024. Paralelamente, especula-se uma possível fusão com a Gol, concorrente direta, o que tem sido observado de perto por investidores.
Essas iniciativas demonstram a tentativa da companhia de reorganizar suas operações financeiras e viabilizar sua recuperação em um cenário competitivo.