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Brasil desponta no setor de data centers e atrai bilhões em investimentos

Expansão impulsionada por energia limpa e localização estratégica

O Brasil se consolida como um dos principais mercados de data centers na América Latina, atraindo investimentos significativos impulsionados pela crescente digitalização e pela demanda por infraestrutura tecnológica. Dados da consultoria CBRE indicam que, dos 340 megawatts (MW) previstos para expansão na região em 2025, 220 MW serão no Brasil, que já conta com 595 MW instalados, mantendo sua posição de maior polo do setor no continente.

Empresas como Ascenty, Equinix, Elea e Scala lideram esse crescimento com projetos bilionários. A Ascenty, com 24 data centers na América Latina, sendo 20 no Brasil, tem um plano de expansão que inclui novas unidades no país e no exterior, investindo entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão anualmente. A Equinix, por sua vez, investiu aproximadamente R$ 1,5 bilhão desde 2011, com novas unidades em construção em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A Scala Data Centers comprometeu R$ 27 bilhões para expansão até 2026, incluindo um distrito industrial de data centers no Rio Grande do Sul, onde pretende investir cerca de R$ 3 bilhões. A Elea, que possui nove data centers e planeja expandir sua capacidade para 400 MW até 2030, já conta com aportes do Goldman Sachs e segue crescendo via aquisições, como a recente compra de dois data centers da DXC Technology.

A matriz energética do Brasil, predominantemente renovável, é um dos fatores que impulsionam esses investimentos. Com quase 85% da energia proveniente de fontes limpas, o país se destaca como uma alternativa competitiva globalmente, com custos energéticos comparáveis aos dos Estados Unidos e inferiores aos da Europa.

Entretanto, desafios como alta carga tributária e infraestrutura limitada de transmissão elétrica ainda representam obstáculos ao crescimento acelerado do setor. O imposto de importação sobre equipamentos pode atingir 60%, elevando o custo de instalação de novos data centers. Além disso, a distribuição desigual da geração de energia, concentrada no Nordeste, e a falta de redes de fibra óptica robustas em certas regiões dificultam a descentralização dos investimentos.

Apesar das incertezas regulatórias e estruturais, o Brasil segue como destino prioritário para empresas que buscam expandir sua presença na América Latina. A demanda crescente por computação em nuvem e inteligência artificial deve impulsionar ainda mais a necessidade de novas instalações, consolidando o país como um polo estratégico para a infraestrutura digital global.

Gustavo Fleming Martins

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