O Google apresentou nesta semana o Beam, uma nova plataforma de videoconferência que transforma imagens bidimensionais em renderizações 3D em tempo real. A solução usa inteligência artificial para gerar efeitos de luz e profundidade que simulam a presença física dos participantes, com foco em contato visual e leitura de expressões sutis — variáveis que impactam diretamente a comunicação em ambientes de negócios. A tecnologia, por ora acessível apenas por meio de um hardware específico desenvolvido em parceria com a HP, será disponibilizada para empresas ainda em 2025.
Grandes corporações como Duolingo, Deloitte e Salesforce já testaram o Beam em versões prévias, apontando ganhos na percepção de engajamento e na fluidez das reuniões. A Deloitte, em particular, classificou o uso como uma “mudança significativa” na experiência de comunicação remota. O dispositivo que habilita o Beam será oficialmente apresentado ao mercado nas próximas semanas, com comercialização voltada inicialmente para o segmento corporativo.
Além disso, o Google também anunciou a integração de dublagem simultânea ao Google Meet, com suporte inicial para inglês e espanhol, e expansão futura para o português. A funcionalidade será capaz de traduzir e dublar falas em tempo real, eliminando barreiras linguísticas em reuniões internacionais — algo especialmente relevante em um cenário de globalização do trabalho remoto. O Google estima que o recurso aumente em até 32% a eficiência de reuniões multilíngues com base em testes internos realizados desde o segundo semestre de 2024.
O movimento faz parte de uma estratégia mais ampla da companhia para consolidar suas ferramentas de produtividade como hubs tecnológicos para o futuro do trabalho híbrido. O Google Workspace, que inclui o Meet, responde por aproximadamente US$ 10 bilhões em receita anual e cresceu 28% no último ano fiscal, puxado principalmente pela adoção corporativa de ferramentas baseadas em IA. A adição de Beam e dublagem simultânea busca aumentar o ticket médio por cliente e capturar uma fatia maior do mercado estimado em US$ 63 bilhões para plataformas de colaboração até 2028.