Na noite do lançamento da SP2B, em São Paulo, 240 pessoas se reuniram no SP Hall. O clima era de expectativa, como quem assiste ao nascer de uma estrela. De um lado, Pacete conduzia a conversa com firmeza e leveza. Do outro, Hugh Forrest, cofundador do SXSW, carregava consigo 35 anos de experiência em transformar uma ideia local de Austin em um epicentro global da inovação.
Forrest trouxe uma lição clara… grandes eventos não nascem apenas de planilhas ou cronogramas, mas da força de uma comunidade. O SXSW sobreviveu e cresceu porque soube pivotar, abraçar o novo, refletir o espírito da cidade que o abrigava. Austin virou espelho do festival e o festival, vitrine da cidade. De Twitter a Elon Musk, de Bruce Springsteen a Barack Obama, o evento foi catalisador de ideias, negócios e símbolos culturais.
E São Paulo? Hugh não titubeou… o segredo não está em replicar Austin, mas em amplificar o que a cidade já tem de pulsante. A densidade criativa, a fome por conhecimento, a pluralidade cultural. O futuro da SP2B não se mede pela quantidade de pessoas na plateia, mas pela qualidade das conexões geradas. “Mais vale um punhado de encontros transformadores do que um mar de números vazios”, deixou escapar Forrest, quase como conselho.
Ele falou sobre erros, sobre tentar cem vezes até acertar uma. E sobre a responsabilidade de construir um espaço autêntico, onde música, tecnologia, negócios e impacto social convivam sem hierarquias. No fim, resumiu o próximo grande movimento não como inteligência artificial, mas como aquilo que nunca deixou de ser essencial… a criatividade humana.
SP2B nasce com esse desafio… ser espelho da cidade, mas também lente para o mundo. Não repetir fórmulas, mas criar um sotaque próprio. O mesmo que fez Austin crescer pode, em outra sintonia, projetar São Paulo.
Porque no fundo, não se trata apenas de eventos, mas de encontros. E encontros, quando verdadeiros, mudam o destino de cidades inteiras.